terça-feira, 17 de dezembro de 2024

LENDO.ORG (68)

Como em 2022 (aqui) e 2023 (aqui), hora de fechar a contabilidade de livros lidos, os melhores do ano, quanto gastei com livros em 2024... Se o Brasil perdeu 6,7 milhões de leitores nos últimos 5 anos, conforme pesquisa do Instituto Pró-Livro (aqui), ou seja, se a cultura brasileira tomou um 7 a 1 vergonhoso, não joguei nesse time. Li 30 livros, gastei mais R$ 4 paus neste ano com essa minha cachaça, e a menos que eu pire de tanto ler, como aconteceu com Quixote, quero bater esses números em 2025. Quem dera. Continuam dizendo que sou o aposentado mais agitado do Brasil, mas não importa. O importante é querer lê-los e conseguir cavar um tempo diário pra eles. No fim do ano é mais difícil, atarefado, por isso não estou conseguindo terminar o não ficção mais querido do ano: Em Busca da alma brasileira - Biografia de Mário de Andrade, de Jason Tércio. Um catatau de 500 páginas. Estou em 1927. Mário acabou de voltar de uma viagem de navio ao Peru. Mário, Olívia Guedes Penteado e mais três moças!  Hoje não se vai na esquina sem medo, pois Mário encarou o rio Amazonas de ponta a ponta, por três meses, sem companhia para defender as donzelas!  Um herói sem caráter? rsrs  E o livro de ficção do ano foi A Morte escarlate, de Jack London. Fininho. Quase uma novela. London cria em 1912 uma pandemia que dizimou a população do planeta, ficando uns poucos para recomeçar a sociedade. Nem se inspirou na gripe espanhola, de 1918.  A antevisão dos grandes romancistas... Por que leio tanto?  É um prazer, como todo vício, difícil de descrever. E também quero, com as leituras, me aprimorar e assim aprimorar os relacionamentos. E ainda buscar um pouco de silêncio... E você? Está com um bom livro pra deitar e curtir?  BOAS FESTAS pessoa querida! Saúde e alegrias em 2025.

Não ficção e ficção.  Os mais queridos de 2024.


quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

LANCES URBANOS (100)

Creio que Pinheiros, em São Paulo, é o bairro mais exemplar de uma "cidade de 15 minutos" (aqui). Sonho de consumo urbano: tudo perto, a poucos passos dos moradores. Por isso suas calçadas estão sempre cheias de gente pra lá e pra cá. Percebi isso ao chegar no bar Colchete para a confraternização de fim de ano do valioso coletivo Frente São Paulo pela Vida. Valioso porque a vida não é só consumir, não é só construir prédios gigantes onde existiam casas, avenidas para novos congestionamentos, túneis para os motoqueiros espocarem seus escapamentos...  A vida urbana também (e para os obtusos repito o "também") pede áreas verdes, horizontes livres, investimento em transporte coletivo, cuidado com as nascentes e córregos, para a vida ser mais completa, mais saudável. Esse desejo uniu essa galera "nota 10" uns anos atrás, pra batalhar no cotidiano uma guerra interminável por uma cidade mais justa e sustentável.  As pautas do dia são muitas: o cancelamento da obra do túnel na av. Sena Madureira (uma reunião na mesma hora impediu a turma da Vila Mariana de ir à confraternização), a rejeição na Câmara do PL 799/24, que absurdamente quer dizimar um maciço verde de 10.000 árvores para ampliar um aterro sanitário em São Mateus, a preservação do oásis de casas da Vilas do Sol em Pinheiros, o não à ampliação da rodovia Raposo Tavares sem ênfase em transporte coletivo, a criação de mais parques (como o parque Matarazzo na Casa Verde), entre outras lutas cidade afora. E assim coletivos, associações, ativistas e vereadores progressistas têm se encontrado nas ruas, nas audiências públicas, pra chacoalhar o desinteresse, brecar disparates, propor alternativas. E nessa época do ano, também para celebrar a amizade e regar esperanças. Assim seja em 2025, juntos pela vida em São Paulo.

Frente São Paulo pela Vida