sábado, 30 de março de 2024

LENDO.ORG (65)

Essa livraria, que não é pequena, existe há 55 anos em uma avenida que não é pequena.  Só que eu nunca tinha entrado nela, na livraria.  Na avenida passo sempre, se tornou meu caminho, como um dia foram a ladeira General Carneiro, a rua Santo Antônio, a rua Dr. Zuquim, caminhos para casa em diferentes fases da vida. Faz 10 anos que moro na Vila Mariana, então a Bernardino de Campos, extensão embicada da avenida Paulista, a Bernardino se tornou caminho, então eu passava e dizia:  olha a livraria em que eu nunca entrei, que coisa, como pode, logo eu que amo livrarias! E acabei desafiado outro dia numa conversa, quando um cara me disse que era uma livraria pequena...  Ah, como assim pequena?  Pequena é a Livraria da Tarde, em Pinheiros, que é uma portinha abrindo pra uma riqueza.  Pequena é a Livraria da Vila do Shopping Eldorado (fui outro dia, pequena). A da Bernardino, não!  Verdade que nem lembrava o nome dela, até porque nem bem tem placa, mas a gente vê muito livro lá dentro, pela frente de vidro, quando passa e sabe que ali é uma livraria, porque - lei da vida - quem não sabe não vê nada. E fui. A proprietária estava lá, a Silviane.  Contou que o pai abriu a livraria em 1969. Teve filiais em Guarulhos e outros locais que não lembro, que depois fecharam. Cumprimentei-a pela seção de biografias, excelente.  Nome curioso: Book Stop.  Parada dos livros?  Fiz uma boa compra, meio pra me redimir do abuso de comprar em feiras de desconto (a da UNESP abre dia 3 agora). Mas é isso, quem ama livros compra online, em sebos, em feiras de desconto, em livrarias físicas lindas como essa Book Stop. Dá pra parar de carro na porta, mas eu estava a pé, fui pelo caminho levando a sacola pesada de livros... Vida longa para a Book Stop!

Eis que entrei na Book Stop.


terça-feira, 12 de março de 2024

LANCES URBANOS (93)

Hoje, 5h15, vi o corsinha preto acelerar de uma casa um pouco abaixo e parar no meu prédio.  A moça saiu do banco de trás e colocou o jornal na "roda de pizza" do portão.  Eu acenei pro motorista e ele, sorridente, acenou pra mim.  Será que me reconheceu? O último no prédio a assinar jornal impresso... (não, a moradora do 63 assina no fim de semana). Sempre dou uma boa caixinha de Natal para esse que, 365 dias por ano, traz a informação tão cedo, rua ainda escura. Depois parou na esquina e - casal solidário - cada um foi para um lado da rua entregar um exemplar.  Que jornal digital que nada!  É pura tecnologia o jogo acabar 23h30 (estou dormindo), e já às 5h15 o impresso com o resultado estar aqui na minha porta. Já falei disso, continua me impressionando.  O jornalista (talvez em casa) aguarda o apito final pra clicar enter e o texto subir para as máquinas, rodar, os cadernos serem montados, os jornais ensacados...  Será que é lá mesmo na gráfica que o corsinha se abastece de exemplares?  Quantos corsinhas são necessários pra distribuir em toda cidade?  Quanto ganha o casal que acorda tão cedo?  Será que moram no Limão, perto do jornal? "Vc gosta mais do Estadão do que da Folha?"...  A vida é feita de perguntas ne?

Jornal de hoje, tão quentinho quanto o pãozinho.


sábado, 2 de março de 2024

NÃO É POR AÍ... (97)

Direto ao assunto. Sabem o que tem colocado uma gota de fel, ou de tristeza, na boa vida que levo?  É a possibilidade de, a partir de 2027, ingressarmos aqui num modus operandi como o russo.  Os caras, vencendo em 2026 e voltando, não vão largar o osso nunca mais!  E os oposicionistas, como Navalni, serão presos, mortos e não poderão sequer ter um enterro digno.  Mero pesadelo ou triste realidade?

Na capa do Estadão de 02/03/24