domingo, 28 de novembro de 2021

LENDO.ORG (48)

Esse livro, dispensado, voltou à biblioteca. A sacolinha com livros para a amiga ficou um mês na porta de casa, ela não mostrou mais interesse, fui olhar ontem e pronto, resgatei A Estrada do Futuro.  E fui ler o primeiro capítulo, pela terceira vez.  Escrito há 26 anos, continua atual.  Em 1995 Gates vislumbrava a chegada dessa fase que vivemos:  a força da internet e a onipresença da comunicação total entre pessoas.  Ele via um paralelo entre aquele momento, e 20 anos antes, 1975, quando a Microsoft nasceu, e ele lembra como estava "no lugar certo na hora certa".  Ele não disse com todas as letras, mas também era a pessoa certa para estar ali:  tinha queda por uma coisa meio misteriosa então, os chips que surgiam, e a necessidade de softwares para acioná-los.  Gates e Paul Allen sacaram isso, e o resto é história.  Em 1995, ele observava a "estrada", a oportunidade para novos "Gates e Allens" surgirem.  Estava certo.  Vieram Zuckerbergs, Bezos e outros...  Digo que o livro continua atual, porque com seu estilo tranquilo, Bill Gates vai dando dicas, alôs, sobre posturas para estar "no lugar certo na hora certa". Isso, penso eu, não para criar uma nova Microsoft, mas para fazer dar certo uma pequeno projeto, que seja.  Ele cita, por exemplo, criatividade e concentração.  Como ter um bom resultado, em qualquer coisa, sem criatividade e concentração?


quarta-feira, 17 de novembro de 2021

LANCES URBANOS (73)

O Parque Augusta já está pequeno para a demanda reprimida de alegria e civilidade. Que ser urbano não quer parques?  Que ser urbano não quer praças dignas, calçadões decentes, enfim, espaços para vivenciar relacionamentos, frequentar o comércio e os serviços oferecidos, gerando emprego e renda?  Me refiro ao centro da cidade. Acontece que os cidadãos paulistanos estão encolhidos, embotados na vã esperança de que o poder público faça alguma coisa.  ESQUECE!  O poder público vive exclusivamente para si e para sua sobrevivência.  Só se for pressionado, se for muito provocado, pode sair da sua paquidermice e começar a fazer coisas.  Tipo:  vê se acorda!  Como foi com o Parque Augusta.  De novo: me refiro ao centro da cidade. Região com muitos atores fortes.  A Bolsa de Valores é no centro. A OAB, o Tribunal de Justiça, o Metrô, a Caixa, USP, Unesp, empresas, entidades, pessoas interessadas... Tem que unir esse povo e começar! A praça da Sé tem o Marco Zero.  Na verdade o que a praça da Sé tem hoje é o marco da nossa profunda incompetência. A praça da Sé não é uma praça, é uma hecatombe social. Cidadãos, precisamos começar a nos mexer!

Essa praia é pequena.  Tem que crescer!


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

LANCES URBANOS (72)

Apressado como sempre, passei hoje pelo Vale do Anhangabaú.  Apesar da reforma (que durou dois anos) ter sido inaugurada em Julho, o vale continua com todo o seu centro inacessível, cercado nas bordas por grades de contenção (matéria do G1 aqui).  A novidade foi ver funcionando os chafarizes que brotam do chão. Vi de longe, não estava com tempo nem paciência de ir mais perto...  Fiquei me perguntando: a quem vai agradar isso, meu Deus?  Na boa, é o tipo de reforma feita por arquiteto estrangeiro, que pensa que São Paulo é Estocolmo ou Moscou (tem uma coisa bem semelhante na capital russa), em que tudo em volta é lindo e organizado, então até cabe ter uma área enorme dessa assim impermeabilizada, exposta ao Sol, com chafarizes.  Só-que-não!  Aqui é São Paulo, Brasil, vivendo seus piores momentos, ambos. O entorno do Vale do Anhangabaú está deteriorado, detonadíssimo.  O abandono social dos moradores de rua e carentes é deprimente, ninguém age ali - Centro Velho e Centro Novo - tudo largado!   Como chegar ao vale sem ficar assustado e/ou deprimido? Gastaram mais de R$ 100.000.000,00 nessa reforma, e eu de novo pergunto:  a quem vai agradar isso, meu Deus? 
Vale ainda cercado, sem pedestres.




quarta-feira, 3 de novembro de 2021

LANCES URBANOS (71)

Parque Augusta.  Parque Augusta, quase um milagre, parido do esforço de muitos ao longo de muitas décadas.  Que mundo é esse em que fazer surgir um parque entre milhares de prédios é quase um milagre?  Quantas reuniões, audiências, quanta luta...  Cada cidadão que teve esperança e moveu uma palha, ou um caminhão, pra esse parque surgir, poderia dar nome ao parque.  Mas se não vai chamar “Parque Augusta Fulano, Beltrano, Sicrano, Etc”, deveria ser apenas Parque Augusta, e não “Parque Augusta nome-de-político”.  Eu ia dizer politiqueiro mas não vou. Politiqueiro é quem deu o nome.  Isso está engasgado mas vai passar, porque o Parque Augusta é muitíssimo maior do que isso.  É um oásis no centro da metrópole. É o Parque Augusta conquistado pela população.  Nos vemos no Sábado, dia 06, às 10h, na inauguração?
Obrigado a tantos que contribuíram para o Parque Augusta surgir. 
(foto: hypeness.com.br)