sábado, 29 de maio de 2021

SAUDADES... (44)

Arquiteto pra mim tem que ser urbanista. Claro que é bom ter arquiteto pra desenhar uma casa confortável ou um prédio elegante.  Mas hoje o que precisamos mais, nesse mundo tão urbano, é de arquitetos-urbanistas (ou "arquitetos de cidades") que busquem reverter a profunda degradação dos grandes centros. Como sempre buscou Jaime Lerner, três vezes prefeito da capital paranaense. Todas as cidades deveriam ter um sonho e perseguir esse sonho.  Em Curitiba nós tivemos vários sonhos. Ópera de Arame, Jardim Botânico, BRT...  Um cara cheio de ideias!  Por exemplo: na periferia, por que não trocar o lixo domiciliar por vale-transporte?  Enquanto isso aqui em Sampa... Ah, quem dera São Paulo, nos últimos 50 anos, tivesse como prefeito ao menos um arquiteto-urbanista com essa vocação de dar dignidade à cidade!  Mas o que tivemos como prefeitos? Políticos!  Quase nenhuma inspiração a serviço da cidade... Quando soube do passamento de Lerner, busquei esse livrinho na estante, onde li: Uma coisa é certa:  a cidade do futuro não pode conviver com a miséria do presente, sob pena de continuar sendo uma cidade do passado.  Mais do que nunca, é isso. 

Jaime Lerner (1937 - 2021)


quarta-feira, 26 de maio de 2021

LANCES URBANOS (67)

O prédio-sede do Santander, no Itaim, sempre usa sua fachada para valorizar datas como Natal, Páscoa, Dias das Mães e outras efemérides.  Em uma busca rápida no Google não consegui identificar a razão dessa "postagem" com livros na fachada daquele prédio, clicada ontem.  Não entendi, mas gostei. 




quinta-feira, 20 de maio de 2021

LANCES URBANOS (66)

Pergunta ao misterioso vice-prefeito que assumiu a cadeira principal e vai nela por 90% da gestão: vai fazer algo pela cidade adoentada?  Vai ser prefeito pra valer?  Ou só vai fazer politicagem?  Cartinha no Estadão impresso de hoje. 



segunda-feira, 17 de maio de 2021

LENDO.ORG (38)

Sim, era Domingo, mas bati o olho e confirmei que a livraria Gaudi estava aberta, aproveitando o movimento da praça Dom Orione e seu mercado de pulgas. Ok, vou lá!  Meu pai está morando no Bixiga, na casa do meu irmão.  Peguei-o para almoçar, e antes do restaurante fiz um pit-stop de 20 minutos na livraria, que é mais um sebo especializado em arte e arquitetura (com um pouco de literatura), funcionou muitos anos na rua Augusta e agora está numa discreta porta da rua Rui Barbosa.  Quem olha a livraria de fora não imagina a quantidade de livros que tem no galpão atrás, bastando passar uma porta...  Ainda irei lá com tempo, pra navegar naquele tsunami de livros, disse à sócia risonha, dona Eva.  Na mesa de promoções peguei esses dois:  Como falar de livros que não lemos?  Na introdução Bayard prometeu me revelar um mundo novo, pois defende que não é obrigatório ler um livro, às vezes sequer abri-lo, para falar com propriedade sobre ele.  Sei lá como provará isso, mas claro fiquei interessado.  O outro é de Lygia Fagundes Telles. As Meninas. O único que li dela, há décadas, e não lembro (nem tenho) mais.  Como não ter um LFT na biblioteca de 1000 livros??  



sexta-feira, 14 de maio de 2021

LENDO.ORG (37)

O livro chegou ontem e atropelou os que estavam nas pilhas (sim, são três pilhas de novos livros!). Até escanteou o da Eliane Brum, que tenho amado. Já devorei 4 capítulos. É que o Flávio Gomes escreve prá lá de bem. Tem o dom da escrita. Suas crônicas são divertidas, sacadas, informativas, tudo que faz de uma crônica um prazer de leitura. Já me deliciara com O Boto do Reno, com textos dos seus muitos anos de viagens cobrindo a F1, e o seu romance Dois Cigarros (que ainda não é o grande romance que escreverá, pois só se escreve um grande romance com dedicação exclusiva, coisa que FG nunca teve, sempre inventando coisas...).  Esse Ímola 1994 traz não bem crônicas, mas gostosos relatos sobre sua vida como jornalista, lances de São Paulo, política, esportes...    Recomendo muito o Ímola 1994, à venda na editora Gulliver (aqui). 


quarta-feira, 12 de maio de 2021

MAMAE

Hoje mamãe completaria 89 anos. Essa baiana de Itabuna nasceu Maria José, mas por muitos era conhecida só como dona Zete.  Um dia me disse que era por ser parecida com a cantora Elizete Cardoso.   Veio com 20 anos para São Paulo, orgulhosa de vir de avião, quando a maioria de lá pegava um ita ou um pau-de-arara...  Veio num convênio, para estudar enfermagem...  Mais paulistana que muitos, voltou apenas uma vez para ver a família no Sul da Bahia.  Hoje fui visitá-la no cemitério Congonhas.  Batemos papo largo, como todo dia 12 de Maio dos últimos 10 anos.  Na hora de ir embora minha porção repórter não resistiu e inquiriu funcionários do cemitério, derradeiro termômetro da pandemia.  Sim, tem havido muito mais enterros.  Um me disse que "no mês passado" foram 260 enterros no mês, quando a média são 160.  Na floricultura a afirmação que a 2ª onda, nos primeiros meses deste ano, foi bem pior que a 1ª...  Que fazer, senão cuidarmo-nos?



quinta-feira, 6 de maio de 2021

LIXA GROSSA & CIA LTDA (55)

Antigamente era lugar comum dizer que as elites queriam o povo sem educação e sem cultura, para ser melhor manipulado.  De uns 30 anos para cá o retorno da democracia, o aumento das políticas de inclusão, enfim, os novos tempos, deram uma maquiada nessa situação. Só que...  De dois anos para cá a coisa ficou feia e escancarou.  A elite rastaquera quer mesmo a destruição da educação e da escola pública, basta só ver o naipe dos três últimos ministros da Educação.  Quando vi essa Secretaria Municipal de Educação em Silveiras, semana passada, pensei que uma assim, desse tamanhozinho, já faria a diferença em Brasília...   Como viver em sociedade sem educação?

Em Silveiras, no vale do Paraíba.