LANCES URBANOS (47)

Essa foto não é fake: um prédio de 52 andares está surgindo em meio a um mar de casas no Tatuapé (anúncio da construtora aqui).  Vi a postagem no Face, com mais de 700 comentários em poucas horas.  Uma delícia lê-los. Alguns espirituosos, como vir com um jogo de paraquedas, a pizza chegar gelada no último andar,  "ele já está torto"...  Mas tem também "quem não gosta de prédios que mude de São Paulo!" Sinceramente, acho uma tremenda aberração, um desrespeito com o meio ambiente urbano e a nossa qualidade de vida.  Como também escreveu alguém, é um acinte ético e estético. Quais compensações urbanas esse empreendimento deveria entregar?  E quais efetivamente vai entregar?  Ignorância dos problemas da cidade, omissão e cobiça compõem essa paisagem...  

Postagem no Face gerou centenas de comentários.

SAUDADES (31)

Nunca entendi bem Walter Franco...  Ele estava numa faixa de frequência que eu via, reparava, mas me escapava, mais elevada possivelmente...   Mas é ouvir uma música sua, como Vela Aberta (aqui), ou lembrar sua frase-sacada gloriosa tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta, e coração tranquilo...  que tudo volta, e confirmado na antológica entrevista (aqui) no programa do  Jô Soares, no distante 1990.  Ambos grandes caras...   O paulistano, capricorniano, se foi ontem...

Walter Franco (1945-2019)

LIXA GROSSA & CIA LTDA (28)

Mais uma cartinha no Estadão impresso.  Portugal dá o exemplo, com as esquerdas e centro-esquerdas se entendendo para fazer a "terrinha" avançar, como mostra o excelente texto de Luis Sérgio Henriques (aqui).  Já na terra brasilis, as esquerdas e centro-esquerdas dão mostra de uma grande irresponsabilidade histórica.  Não dialogam, não buscam um consenso, querem o "quanto pior, melhor".  Será isso mesmo?  Será que estão pouco se explodindo para o futuro do país?

No Estadão impresso de 22/10/19

LIXA GROSSA & CIA LTDA (27)

Minha cartinha no Estadão impresso.  Ninguém trabalha em Brasília!  O capitão não dá exemplo e a tripulação vai na onda, defendem seus interesses egoístas, largando o país à deriva.  Até quando?

No Estadão impresso de 19/10/19

LIXA GROSSA & CIA LTDA (26)

O IBGE mostrou que a estagnação econômica está fazendo a desigualdade social crescer:  os ricos ficam mais ricos, enquanto os pobres ficam mais pobres (veja aqui). Só que ninguém no poder tem pressa para mudar esse quadro.  Um bando de preguiçosos e de irresponsáveis, pra dizer o mínimo. Mas uma hora a ficha cai e a corja desumanista que tomou conta de Brasília samba.  Pode demorar um pouco, mas samba. 

Legenda desnecessária...  Foto: Pablo Jacob/ Agência O Globo

LENDO.ORG (12)

Por que compro tantos livros e preciso de duas horas de leitura diária para viver dignamente?  Poderia ser um vício, tipo "essa é a minha cachaça, quem não tem a sua?" Mas quando lembro que quis impressionar a bonitinha da classe na 5ª-série (e eu tinha 9 anos!) lendo (de verdade!) O Exorcista, de Willian P. Blake, ou quando em meu 1º emprego (office boy, claro), a funcionária quis saber o que um menino de 15 anos fazia lendo Arquipélago Gullag, do Soljenitsin, percebo que o buraco é mais antigo e puro, é genético da parte de mãe, leitora mais que voraz, dominante ao gene paterno, semi-alfabetizado... E assim gastei quase 500 pilas no Festival Mário de Andrade...

Com os descontos no Festival Mario de Andrade, 500 paus deu nisso...

LENDO.ORG (11)

Para quem ama livros, o Festival Mário de Andrade - A Virada do Livro é um evento obrigatório.  Além das oficinas e palestras em diversas espaços (programação aqui), vale um passeio pela rua Xavier de Toledo e pela praça Ramos, fechadas para carros, com estandes de muitas editoras, a grande maioria com belos descontos (a do SENAC tem livros excelentes com até 70% de desconto!).  Mas é só até amanhã, 06/10.  Deve ser porque Mario de Andrade completaria 126 anos no dia 09...

Rua Xavier de Toledo fechada para carros, aberta para os livros. 

LENDO.ORG (10)

Companhia da Letras e Zahar unidas para sempre.  Bem, comprei logo que saiu o livro A Marca do Z, com a história da editora carioca Zahar.  Essa casa editorial sempre me fascinou, com seus requintados títulos de Ciências Humanas e, por que não, as capas de design muito transado, de Érico Monterosa.  Passados 63 anos de sua fundação, eis que uma mudança copérnica acontece: a família Zahar vendeu 100% das ações para a editora Companhia das Letras.  Essa movimentação consolida a íntima ligação entre dois editores fundamentais para o livro no Brasil:  o mestre Jorge Zahar (falecido em 1998) e o discípulo Luiz Schwarcz.  Saiba detalhes sobre as empresas e o negócio aqui.  Em meio à crise, é um movimento que dá esperança na resistência do livro impresso.  Assim seja. 

Luiz Schwarcz e Jorge Zahar nos anos 90.  (Foto no livro A Marca do Z).