terça-feira, 27 de junho de 2023

LANCES URBANOS (84)

A razão pela qual me engajei na luta contra a revisão proposta do Plano Diretor é simples: São Paulo é uma cidade às portas da UTI, por overdose. Overdose de carros e distâncias a percorrer.  Overdose de prédios encobrindo horizontes.  Overdose de asfalto e concreto soterrando o verde. Uma cidade que precisa de uma junta médica, no caso composta por arquitetos-urbanistas, sociólogos e economistas, para pensar, dedicada e profundamente, a terapia intensiva de recuperação.  Mas, em vez disso, o que a cidade tem?  Vereadores alienados, para não dizer venais, de olho no particular, às custas do social. No egoísta, às custas do humano. No ganancioso, às custas do generoso.  Construir mais prédios, como esse gigantesco da foto, numa rua minúscula de Pinheiros?  Atropelando sítios históricos e ambientais relevantes? Sem pensar na infraestrutura já saturada de transportes, água, esgoto e energia?  São Paulo é uma cidade no limite, por isso 11 lúcidos vereadores votaram não. Porém 44 votaram sim, pela sequência da destruição. Tá na hora de defender São Paulo!  Por isso me engajei na luta que, por óbvio, não terminou com a derrota de ontem. 

Prédio gigante na minúscula rua Henrique Monteiro, Pinheiros


terça-feira, 13 de junho de 2023

LANCES URBANOS (83)

13 de Junho, dia de Santo Antônio e aniver de Fernando Pessoa.  Também hoje o Brittadeira completa 10 anos. É, 10 anos, 870 postagens, legal, mas isso é passado.  Importa agora o que estão querendo fazer com a minha, a nossa São Paulo. A cidade já vem doente há tempos, e agora querem avacalhar de vez, com a revisão proposta do Plano Diretor Estratégico – PDE,  liberando construções nos miolos de bairros, sem pagamento de outorga onerosa, etc, etc.  Tipo: esse prédio que fotografei, no convite abaixo: um prédio gigantesco construído na minúscula rua Henrique Monteiro, em Pinheiros.  Alguém pensou no impacto disso?  E querem continuar construindo em qualquer lugar sem planejamento, sem avaliação de impacto.  Por isso, contra essa revisão, é imperativo comparecer na manifestação dia 15 (5ª-f), a partir das 17h, em frente da Câmara Municipal.  São Paulo, já inviável, vai afundar se nada for feito para frear essa ganância, essa sanha destrutiva.