terça-feira, 27 de junho de 2023

LANCES URBANOS (84)

A razão pela qual me engajei na luta contra a revisão proposta do Plano Diretor é simples: São Paulo é uma cidade às portas da UTI, por overdose. Overdose de carros e distâncias a percorrer.  Overdose de prédios encobrindo horizontes.  Overdose de asfalto e concreto soterrando o verde. Uma cidade que precisa de uma junta médica, no caso composta por arquitetos-urbanistas, sociólogos e economistas, para pensar, dedicada e profundamente, a terapia intensiva de recuperação.  Mas, em vez disso, o que a cidade tem?  Vereadores alienados, para não dizer venais, de olho no particular, às custas do social. No egoísta, às custas do humano. No ganancioso, às custas do generoso.  Construir mais prédios, como esse gigantesco da foto, numa rua minúscula de Pinheiros?  Atropelando sítios históricos e ambientais relevantes? Sem pensar na infraestrutura já saturada de transportes, água, esgoto e energia?  São Paulo é uma cidade no limite, por isso 11 lúcidos vereadores votaram não. Porém 44 votaram sim, pela sequência da destruição. Tá na hora de defender São Paulo!  Por isso me engajei na luta que, por óbvio, não terminou com a derrota de ontem. 

Prédio gigante na minúscula rua Henrique Monteiro, Pinheiros


3 comentários:

  1. Destruição em nome de interesses que não são de quem quer, acima de tudo, qualidade de vida. Interesses de quem tem muito dinheiro e nem vive no meio dessa destruição.

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  2. É revoltante ver a cidade tratada como moeda. Esses que se vendem @ interesses nem aqui residem. Estragam a cidade e vāo embora.

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  3. É terrível e apavorante ver São Paulo tratado desta maneira. Infelizmente interesses “Próprios” sobrepondo o de nossa combalida cidade... muito triste!

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