quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

ACELERA SÃO PAULO! (PARA ONDE?) 35

Hoje é um dia especial para o prefeito: não é sempre que a gente passa o dia se encontrando com nosso inspirador, com nossa "musa" intelectual.  Assim será com o prefeito paulistano: almoço e jantar com Michael Bloomberg, prefeito de Nova Iorque de 2001 a 2012.  O alcaide paulistano nunca negou o apreço às ideias e atos do prefeito novaiorquino...  Já se encontrou com ele em Maio passado (aqui). 

Se Sampa é uma mini selva de pedra, comparada à metrópole do Norte, o dia reservou  outro encontro marcante para nosso Tarzan do Viaduto do Chá:  logo cedo participou da posse da nova diretoria do SECOVI - Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo,  mas, que engraçado!, na home do site do SECOVI diz "Sindicato da Habitação" (aqui)...  Quase me enganou...

O prefeito foi com a secretária de Urbanismo e Licenciamento...  Uns diriam que ela foi ao covil dos leões...   Conforme o ponto de vista, não chega a estar errado...

Pro bem ou pro mal, é Sampa tendo o seu dia de Big Apple, e o prefeito, por seus gestos e ações, se atarrachando na poltrona do edifício Matarazzo por quatro anos...  que não me invente moda!


Michael Bloomberg, a musa inspiradora do prefeito paulistano (foto: indiewire.com)

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

DEU NO IMPRESSO (3)

Adoro crônicas, narrativas curtas com um pé no presente, com o que está acontecendo...  Já escrevi que demorei pra engrenar com as crônicas do Humberto Werneck no Estadão, mas depois que engrenou, não soltei...  Ele escreve divertido, e sempre sobre o tema que mais adoro: literatura.  

Na crônica de hoje (aqui) Werneck fala de um poeta chileno recém falecido, Nicanor Parra (aqui), aos 103...  Eu sabia de Violeta Parra, cantora chilena, de Nicanor não (no Wikipedia soube que eram irmãos)...   Mas a crônica me acendeu de conhecer o Parra poeta quando relatou que ele, anarquista, tinha um pé precoce na militância ambiental, e quis a promulgação de uma "econstituição" no Chile...

Econstituição, uma constituição baseada em princípios ecológicos...  Só um poeta pra pensar uma lindeza dessa...


Nicanor Parra [1914-2018] (foto: revistacult.uol.com.br)

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

LANCES URBANOS (31)

Quem fica mais feliz no dia 25 de Janeiro são os jornais impressos, que enchem páginas com publicidade saudando a cidade de São Paulo.  Uma delas, meia página na Folha, me encasquetou, vejam abaixo.  

Sabem o que é NESP?  Eles - o NESP - já se consideram realidade (aqui).  Será que serão?  

Meia página no exemplar do meu último dia de "degustação" na Folha.  Agora só o Estadão...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

INDIGNAÇÃO! (25)

Que profissão ou atividade pedirá uma leque mais amplo de capacidades e qualidades, do que o exercício da Presidência da República?  Ainda mais em um país com enorme atraso social a resgatar e gigantescas potencialidades clamando para serem efetivadas...

Equilibrar essas capacidades e qualidades, de modo a fazer a gangorra do pais balançar firme e convicta, ora divertindo e motivando (somos um país muito alegre) ora apontando e construindo (tanto a fazer por aqui...) é o desafio para a pessoa colocada nesse cargo. 

Não funciona pôr na gangorra uma pessoa que carregue de um lado carisma, eloquência, auto-confiança, esperteza, certezas que afunilem, sem que essa pessoa carregue do outro lado da gangorra seriedade, serenidade, presença de espírito, sabedoria, dúvidas que ampliem visões...

Porque ser presidente pede capacidades e qualidades raras, muitas e complementares.  Em uma palavra, pede um estadista.  

Luiz Inácio sentou na gangorra e logo entalou na areia molhada da displicência e da soberba...  Quis a ONU, a Olimpíada e a Copa, esqueceu o ônibus, o hospital e a escola... Estreitou seus horizontes nos corredores palacianos cheios de mordomos e cupinchas... Aproximou do seu umbigo e afastou-se de tantos que poderiam ajudá-lo a construir, aí sim, uma carreira de grande estadista e presidente inesquecível...

Eu fico indignado por termos perdido essa oportunidade histórica!  Sim, ele era e é  humano como todos nós, cheio de limitações... Porém se orgulhar dessa limitação foi seu grande erro.  Isso me indigna!   Tínhamos tantas esperanças nele!  Mas Luiz Inácio se lambuzou, se perdeu no caminho e nos levou com ele...  Ele não tinha competência para mais.  E nós também não. Acho que nos merecemos. 

Mas vivemos em um ambiente democrático e temos meios diversos para sermos mais participativos...  Nos vacinamos?  Não sei, mas que tenhamos mais lucidez para não nos deixar enganar assim no futuro...


Gangorra entalada...  (imagem: Youtube)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

DEU NO IMPRESSO (2)

Está acabando minha degustação da Folha de S. Paulo. Felizmente...  Quem aguenta ler dois jornais diários?  Nem é saudável fazer isso, ainda mais com a Folha soltando tanta tinta na ponta dos dedos... O Estadão solta menos, o que combina com a percepção que tenho, de que o design gráfico do Estadão é mais leve, a página menos poluída...

Fico tentado a comparar os jornais, as duas potências impressas do país... O que compete com eles, em formação de conteúdo diário?  Aí me desafiei a compará-los lendo as duas edições dominicais... Pura loucura: é viável ler 130 páginas de conteúdo (66 da Folha, 64 do Estado, sem contar a revista da Folha)??  Só pra entender a página 6 da Folha, com o infográfico das 5 alternativas para Lula após o julgamento, tomaria o Domingão inteiro!

Os dois têm ótimos colunistas e articulistas.  A questão é: quem acostuma com Eliane Cantanhêde não vê vantagem em ler Janio de Freitas ou Élio Gasperi, ainda que esses sejam mais experientes em Política.  Em Esportes um tem Juca Kfouri, PVC e Tostão.  Mas sabe que não troco os três pelas crônicas deliciosas do “boleiro” Ugo Giorgetti?  Bem, Ruy Castro é um patrimônio que a Folha sabe que não deve liberar.   Mas ai do Estadão se um dia vender o passe do Oscar Quiroga!  Vou junto!

E a Folha não tem mais o Angeli!...

Nesse Domingo a Folha tinha mais matérias legais que o rival:  3 páginas sobre a cicatriz aberta da Boate Kiss completando 5 anos, a entrevista com Washington Olivetto ("O Brasil, infelizmente, continua mal-educado"), a automação que vai afetar a carreira de 16 milhões de brasileiros...   Ainda que o Estadão trouxesse 2 páginas sobre a mostra do artista plástico Basquiat, e uma curiosa página sobre uma "Brasiliana" que vai ser aberta numa universidade de Washington, com 58 mil livros e itens sobre o Brasil, doados por um Manoel de Oliveira Lima de quem nunca ouvi falar! Vale ver aqui.

Bem, o comercial não tá fácil pra ninguém:  os dois veículos trouxeram no 1º caderno uma página dupla da Ultrafarma.  Garota propaganda: a graciosa Mariana Godoy.  Dei atenção!


Esses dias têm confirmado a visão que tenho da Folha: um jornal mais jovem, com uma pegada mais "mundana", aberta ao que rola... É meio a cara do UOL, a ponto de na página Saúde + Ciência trazer a matéria de destaque: "Transplante de fezes é testado para obesidade".  Putz, não consigo ver o Estadão entrando assim de sola na vida da gente... Sigo com ele...

Comparando Estadão e Folha de Domingo...

domingo, 21 de janeiro de 2018

SHOW DE BOLA! (75)

Esse encanto que imaginamos encontrar nos outros, é em nós que ele existe, e só o amor embeleza o objeto amado.

Buscando informações sobre esse pensamento agudo e sensível, que me tocou tanto quando li, do escritor francês Chardelos de Laclos (1741-1803), dei com o texto de uma tal Vera Godoy de pensamentos elevados, dignos, com uma noção bem arejada da surrada expressão "amor".  Recomendo, aqui.  Escrito há 11 anos... quem é, onde andará Vera Godoy?

Laclos, autor de Ligações Perigosas, sucesso na tela com John Malkovich e Glenn Close
(imagem: wordsworth-edition.com)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

INDIGNAÇÃO! (24)

Putz, parei pra olhar bem pra foto da postagem anterior...  Fala sério: que coisa feia!  Sampa tem salvação?  Triste Sampa...


NÃO É POR AÍ... (73)

Há quem ame e há quem odeie o Rodoanel Norte.  A minha opinião expus por anos, aqui.  Agora que a obra está perto de acabar (o governador anuncia a entrega toda para até o final de 2018 - me cobrem: acho que não entrega!), agora que Inês é morta, é duro ouvir que a empresa ganhadora da licitação para operar o sistema se chama EcoRodovias (aqui)...  O que tem de eco essa empresa - que vai administrar a obra que decretou o apocalipse ambiental da metrópole (aqui) - eu gostaria muito de saber...

Obra no final da av. Inajar de Souza (imagem: site Dersa)

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

INDIGNAÇÃO! (23)

Nunca soube de alguém ser atingido por um meteoro...  Parece que Deus não criou ou admitiu esse tipo de ocorrência... Porém um CANALHA se julga no direito de se travestir de meteoro e atingir duas famílias, dizimando-as, como ocorreu no "acidente" (a matéria - aqui - chama de "acidente" o que eu chamo de CRIME) na Via Anchieta, às 22h do dia 09/01.  Duas mulheres mortas, seis pessoas feridas, algumas em estado grave.  Um Mercedes numa velocidade estúpida atingiu e destruiu duas famílias... 

Sou absolutamente contra a pena de morte, mas peço PENA MÁXIMA para esse assassino!

Um "meteoro" dizimou duas família...  (imagem: noticias.uol.com.br)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

SHOW DE BOLA! (75)

Fazer aniver perto do Natal é muito show de bola!  Difícil desacostumar do "mal hábito" de querer dois presentes que a criança impõe, o adolescente conquista e, o adulto, se é bonzinho, fatura...  Assim foi que, já feliz com as lembranças do Natal, pouco depois fui surpreendido - maneira de dizer, todo ano é assim! - pelas duas filhonas, a caçula foi pra Salvador e me trouxe uma caneca e uma camiseta, lindas.  A mais velha não foi tão longe pra também me deixar feliz, e o vale-presente da Cultura resultou nas publicações abaixo:



Dr. Jivago já vi tantas vezes, sempre me arrancando lágrimas pelo melodrama intenso e histórico nas lindas paisagens russas... Tendo Boris Pasternak levado o Nobel com esse livro, tá na hora de ler, em edição requintada da Companhia das Letras. Com O Futuro da Humanidade Augusto Cury inicia caminhada na ficção, vamos ver se com o pé na auto-ajuda que o fez superar Paulo Coelho em vendas nos últimos anos (entrevista aqui)...  E a revista Quatro Cinco Um, sobre livros, claro...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

ACELERA SÃO PAULO! (PARA ONDE?) 35

Meia hora é pouquíssimo tempo para entrevistar um prefeito.  Assim João Doria respondeu a poucas questões na entrevista de ontem ao Jornal Gente da Rádio Bandeirantes.  Nenhuma sílaba sobre mobilidade, novos parques, privatizações, cracolândia e outros temas de interesse.  Verdade que se a equipe da Band fosse mais ágil (Rafael Colombo alongando as perguntas e Salomão Ésper confuso como sempre) dava pra mais algumas... Deu pra saber um pouquinho sobre o seguinte: 

Pancadões ("pancadão é uma praga, é triste", orientou as prefeituras regionais e GCM, junto com a PM, para combater, se a GCM pega retira o amplificador do carro e encerra o pandacão, afirmou), viagens (reconheceu o erro e disse que focou mais forte na cidade nos últimos três meses), novos hospitais (se comprometeu a entregar os hospitais da Brasilândia e de Parelheiros em 2018), saúde (afirmou que o Corujão da Saúde reduziu muito as filas de exames simples, mas ainda tem um gargalo em exames complexos), invasões de terra (afirmou que no curto prazo há o compromisso de impedir novas ocupações com medidas de ordem policial, e no médio e longo prazos atuar junto aos que ocuparam essas áreas, oferecendo condições de habitabilidade), buracos (conseguiu R$ 150 milhões no fundo de multas para o novo asfaltamento nas principais avenidas da cidade, e tem uma empresa fiscalizando a qualidade do asfalto no momento da aplicação), pixação (redução de 75% nas pixações com controle através da GCM e do sistema City Cameras, afirmou), burocracia (disse que a burocracia foi a maior dificuldade que encontrou ao assumir, não imaginava que fosse tanta, reclamou do número de conselhos e comissões em excesso, "criados para avaliar tudo", quer digitalizar a maioria dos processos, colocando tudo no celular), candidaturas ("tenho que cumprir o meu mandato, tenho que prefeitar").

Mais não falou - com a habilidade de praxe - porque só meia hora não deixou...

Acelerando em Veneza...  Agora diz que só acelera por aqui...  (foto: noticias.band.uol.com.br)



segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

DEU NO IMPRESSO (1)

Começo o ano abusando: assinei a degustação da Folha de S. Paulo por 20 dias, ou seja, empanturro o café da manhã com os dois principais jornais impressos do país...

O Estadão assino há anos e não pretendo largar enquanto lá estiverem Oscar Quiroga, Ugo Georgetti  e Humberto Werneck (longa vida a seus textos!).  Tornou-se um vício que não quero arriscar interromper, o de tomar o café já pescando as notícias na 1ª página, porém com a prudência de só abrir o diário ao final da última bocada de pão, acho mais saudável...

Coincidência, o primeiro exemplar da Folha chegou anunciando a morte de Carlos Heitor Cony, então não tive tempo de refrescar a memória dos textos desse articulista tão ligado ao jornal...  Um curioso e expressivo vazio na página 2 denunciava que seus textos não ocuparão mais o espaço tradicional.  O Estadão também deu destaque à perda, mas escolhi saber detalhes na Folha, assim como quando se for Loyola ou Veríssimo - creio que irão antes de mim - será mais justo ler sobre eles no Estado...

(Sigo pasmo com o fato dos dois jornais já estarem na porta de casa às 5h30, um prodígio tecnológico que inclui o entregador que até outro dia chegava numa Kombi barulhenta...)

Espero resistir à tentação de continuar a assinatura além da degustação...  O prazer existe, sou viciado em impressos, mas não quero engordar...