domingo, 30 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (20)

São tempos de comoção, movidos por alta amplificação de sons, vozes, ruídos...  Mesmo assim tento manter a lucidez, com tanta coisa importante envolvida, por exemplo nossas vidas.   Mas às vezes parece que a "marcha da insensatez" quer se transformar mesmo, pelo que se avizinha, em marcha da insanidade...    Mas tenho esperança...
Marchando em ordem pra desordem...
(foto: octaviobotelho.blogspot.com)

sábado, 29 de setembro de 2018

LANCES URBANOS (35)

Eis que de repente, em uma pastelaria da Casa Verde, topo com uma... pastelteca!  Sério, livros pra quem vai compras pastéis!  E tinha Kafka, Thomas Mann, poesia de Bruna Lombardi...  Lembrei dos meus livros da Casa Verde no carro, propus a troca e saí de lá com um clássico, O Jovem Torless, de Robert Musil. Entrou na fila dos romances.  Agora estou lendo o maranhense Josué Montello.  Viva a leitura!  Viva a pastelteca!

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (19)

Outro dia me toquei que, em 55 anos de vida, nunca tinha me preocupado de ver uma candidatura de extrema direita disputando a presidência do Brasil.  O mais próximo que tivemos, Paulo Maluf, em suas gestões municipais e estaduais mostrou que sua ações estavam bem tropicalizadas, voltadas mais pro próprio bolso do que para a receituário de uma direita radical.  Agora não. Caricato ou não, o atual candidato da extrema direita quer porque quer resolver os problemas da "violência" através das armas para todos, quer que as minorias se adequem ou desapareçam, elogia o governo militar e a tortura, etc.   Eu me preocupava com as extremas direitas europeias, das quais o francês Jean-Marie Le Pen era o símbolo maior, sem nem sonhar que um dia perderia o sono por aqui com isso... Ledo engano...
O extremista de direita tentou a presidência da França e não conseguiu. Já por aqui...
(foto: Charles Platiau/ Reuters, in sicnoticias.sapo.pt)


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

LANCES URBANOS (34)

Sou fã do grupo AMO SP no Face.  Todo dia várias fotos antigas da cidade, super interessantes, como essa da av. Cruzeiro do Sul, na década de 1970, com a linha do metrô em obras.  Nem existia o terminal de ônibus de Santana, no terreno no alto, em que estão dois galpões grandes...  A Cruzeiro estava sendo alargada, com demolições em seu lado Leste...  Show!
Av Cruzeiro do Sul, Santana, anos 1970. 
(foto:  grupo AMO SP no Face)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (18)

Os textos do cientista político Marco Aurélio Nogueira são os meus favoritos, bem escritos, muito lúcidos.  Para ele chegamos onde chegamos por uma "incompetência geral".  E agora começa a bater um certo pânico...  Não vai ser fácil sair do buraco...  Leia AQUI
A charge de Renato Aroeira diz tudo...
(in diariodocentrodomundo.com.br)

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (17)

Leio às vezes os artigos do Fernando Gabeira e vejo que ele - radical no passado - anda mais reflexivo, moderado...  No último texto (AQUI) observou, rodando o Brasil, que está difícil não dar 13 e 17 no 2º turno.  Sei não...  Acho que lambari é pescado, jogo é jogado e voto e votado.  Ainda dá tempo pra alguma boa surpresa...
Gabeira voltando na anistia em 1979.
(foto: Alcyr Cavalcanti/ Agência O Globo, in gauchazh.clicrbs.com.br)

sábado, 22 de setembro de 2018

SHOW DE BOLA! (89)

Entra a Primavera!  Com ela, lembremos dos ciclos da existência. Nos momentos que parecem querer sair do controle, pensemos em um parque florido, em uma flor aberta e luminosa, numa bela paisagem, valorizando as coisas simples da vida.  Faz parte temperar a luta com beleza e sensibilidade, penso assim.  Boa Primavera para todos e todos!
Vista da varanda na Vila Mariana. Bem-vinda Primavera!

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (16)

Quem tem pai ou avô de mais de 80 anos sabe como é bom ouvir a voz da experiência.  Pois é...  O eminente sociólogo, presidente do país por 8 anos, um senhor de 87 anos, se dá ao trabalho de escrever uma carta pedindo união,  contra um perigo que nos ameaça, e resultado, veja só:  leva pedradas!  É ou não é sinal desses tempos que têm quem tem na frente das pesquisas? 
FHC
(foto: Uriel Punk/ Agência O Dia/ Estadão Conteúco, in gp1.com.br)

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (15)

O Estadão gosta de mim.  Cartinha publicada no impresso de hoje.  FHC falou a mesma coisa, só que...  Só que pede pra todos se unirem em torno de Alckmin.  Mas, por que não pode ser outro?  Se o tucano tomar a iniciativa de abrir mão da candidatura, essa chance existe.  Se não...


quinta-feira, 20 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (14)

O terceiro homem da pretensa república: Levy Fidelix.  Pra reflexão de vocês...
Curioso triunvirato nacional... 
(foto: Marcelo Chello/ CJPress/ Folhapress, in noticias.uol.com.br)

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (13)

Os cientistas políticos José Álvaro Moisés (ontem) e Bolivar Lamounier (hoje) jogaram a questão: se não houver um ato efetivo de altruísmo entre os candidatos do centro, o risco de um 2º turno com os dois extremos, e daí uma situação complicadíssima para o país, é enorme.  No caso, altruísmo significa que alguns candidatos deveriam abdicar da candidatura em nome de um único.  E rápido, porque as eleições acontecem em menos de 20 dias!  A questão é:  quem abre mão e quem recebe a doação?  Me lembra o filme Alguém Tem que Ceder, com Diane Keaton e Jack Nicholson.  Filminho água com açúcar, pra ver na Sessão da Tarde, sei, mas me lembrou porque... alguéns têm que ceder!  Quens?  Em nome de quem?  Triste dizer, mas tá com cara de ninguéns...
Jack e Diane na praia...  quem vai ceder?
(foto in br.hbomax.tv)

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (12)

Gosto de artigos econômicos que colocam o dedo na ferida, fogem do lugar comum defensivo.  Por isso sempre li com prazer os textos de Aloísio Biondi e de Amir Khair, textos tomando posição.  Ultimamente me interessam os artigos de Monica de Bolle.  Neste AQUI, ela fala dos números 13 e 17, a saber: números primos,  usados pelos dois líderes na corrida eleitoral e, pelo que li, números que tendem a nos levar ao caos...  
13 e 17: números primos que tendem ao caos...
(foto: reforcandomatematica.blogspot.com)
 

terça-feira, 18 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (11)

Pra quem gosta de futebol, a metáfora é simples: no 2º turno da Copa do Mundo das eleições 2018, o Brasil pode ter de um lado um Lazzaroni "Zé Ninguém" (triste Copa de 1990), e de outro um Dunga pela 3ª vez (Copa de 2010 e eliminatórias de 2014).  Como acreditar que o Brasil possa ganhar a Copa com isso??  Só que a Copa das eleições é muuuuuito mais importante que a de futebol...
Vamos perder a Copa de novo?  
(foto: Reuters/Toru Hanai, in terra.com.br)

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (9)

Nenhum texto é definitivo, mas alguns se aproximam disso, como esse do escritor Flávio Tavares, juntando incêndio, facada, violência, Hitler...  Copio abaixo "Nas cinzas da facada"  caso não consiga acessar AQUI.  Imprima pra ler com calma. Imperdível, creio. 

A tosca brutalidade deste setembro foge às interpretações normais e se transforma em paradoxo de si mesmo. As contradições esbarram umas nas outras, disputando espaço.
Primeiro, o fogo que destruiu o Museu Nacional, no Rio, consumiu em poucos minutos o que fora acumulado em séculos, num retrato do incêndio geral que hoje perpassa o Brasil como tragédia. Depois, o candidato presidencial que propõe liberar o uso de armas e caça votos a partir da violência verbal foi esfaqueado em plena rua.
O crime jamais foi instrumento da política e, assim, a tentativa de assassinato em Juiz de Fora é repugnante em si. O fato de o criminoso ser um aparente desequilibrado não diminui a aberração. A insanidade atenua o tipo e o rigor da pena, ou exclui o caráter político da ação, mas não altera a sordidez do atentado.
No entanto, Jair Bolsonaro foi também vítima da própria ideia de violência constante, suporte de sua candidatura, que ele mesmo apregoou de norte a sul. Sua linguagem teve invariável tom destrutivo, como se ocultasse ódio interior. A insistência em armar a população para enfrentar a violência significaria abolir o próprio Estado, destruindo a polícia e a Justiça e, assim, criando o caos absoluto.
Cada proposta soava como chamamento a substituir o diálogo pela ferocidade da imposição de ideias, como nas ditaduras. Noutras ocasiões exibiu destemperado machismo – numa palestra no Rio contou ter quatro filhos homens e acrescentou: “No quinto, fraquejei e veio mulher”.
Por tudo isso tornou-se réu no Supremo Tribunal por “apologia do crime”, por “incitar ao estupro” e por “racismo e injúria”. O próprio ministro Marco Aurélio Mello relator dos processos, já indagou, publicamente, se “réu pode ser candidato”. Não pôs em dúvida o aspecto legal (aplicável aos condenados em segunda instância, como Lula da Silva), mas, sim, a legitimidade moral de um réu se candidatar a chefe de Estado e de governo.
Para parecer diferente dos políticos Bolsonaro evitou aliados, ainda que desde 1989 ele próprio viva dessa mesma política degradada. Foi vereador e quatro vezes deputado federal, passando por nove partidos.
Os desvarios e desequilíbrios atraem os desequilibrados e neles se multiplicam. A partir daí podem redundar em adesão fanática ou em inimizade gratuita, igualmente fanatizada. Em ambos os casos tudo é cego, como todo fanatismo. Ao ser preso, interrogado sobre quem o mandou esfaquear, o criminoso respondeu: “Foi Deus, lá de cima!”.
Invocar o nome de Deus em vão, como artimanha tática, foi usual também na campanha de Bolsonaro. Dias antes do atentado, os cartazes que o receberam em Presidente Prudente e noutras cidades proclamavam: “Deus acima de todos”. Mesmo assim, ele defendeu o uso de armas e se fotografou ao lado de crianças, esticando o braço como se as ensinasse a disparar um fuzil.
Que odioso deus o saudava? O amor é a única arma de Deus. Não há amor irado e a ira jamais serviu a nada, menos ainda ao ato de governar.
Esses pequenos “incêndios” na campanha eleitoral lembram a Alemanha de 1930 e o caos que, três anos depois, levou Hitler ao poder. Eram tempos de frustração e desesperança. Derrotados na guerra de 1914-18 e desabituados à democracia, os alemães desconheciam o debate de ideias e o diálogo político.
O partido nazista formou, então, “grupos armados” para “reerguer o orgulho da Alemanha”. Em 1933, pregando a violência, Hitler chegou ao poder pelo voto. Não buscava unir o país no diálogo para solucionar problemas. Ambicionava o poder para impor a violência.
O mais minucioso biógrafo de Hitler, o alemão Joachim Fest, lembra que a aceitação das absurdas ideias nazistas só ocorreu porque a Alemanha “era um país profundamente exasperado” e “sem rumo”.
O Brasil de 2018 é, também, um país exasperado e sem rumo. A corrupção gerada no conluio entre governantes e grandes empresários desacreditou a política e reduziu os políticos a cinza inservível.
A tática de Hitler, lembra seu biógrafo, “consistia em concentrar as energias para fugir do anonimato e destacar-se de qualquer forma dos concorrentes”. Assim, acrescenta, “tornou-se famoso pelo cinismo alucinante que foi sua característica”.
É a tática do “falem mal, mas falem de mim”, com que, aqui, Jair Bolsonaro saiu do anonimato e virou candidato. Foi assim que dias antes do atentado, reunido com ruralistas em Rondônia, prometeu reduzir as áreas de preservação ambiental e criticou a visão unânime da ciência sobre o perigo do desmatamento da Amazônia.
Hitler foi “uma mistura de excentricidades e gafes”, definiu seu principal biógrafo. Transpondo a 2018, basta estar atento para observar algo similar entre nós. Já lembrei aqui que Lula e Bolsonaro são iguais no tom místico e autoritário, na habilidade de nunca revelar o que são ao esconder-se mais ou ocultar-se menos.
Condenado e preso, Lula já não é candidato, mas segue em campanha como escudeiro de Fernando Haddad. Em árabe, Haddad significa “ferreiro”, mas ele quase nada forjou como ministro da Educação, além de entregar o ensino superior a grupos que comercializam ações na Bolsa de Valores. Não foi, também, violência?
O atentado de Juiz de Fora é alerta e advertência. A oca campanha eleitoral não pode ser substituída pela violência. Nem sequer em pequenos gestos, como o da foto de Bolsonaro no hospital levantando os dedos para simular um revólver.
Seria absurdo culpar a vítima pelo crime, mas no horror atual não há espaço para nenhum mártir. Não há nenhum Gandhi. Tudo é alucinação e, entre as cinzas da facada, só resta o velho adágio: violência gera violência.
Museu Nacional em chamas.  (foto: Reuters, in bbc.com)

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

SHOW DE BOLA! (88)

Avistei, pensei que era um sebinho, e assim rumei pra lá com a convicção que leva um adicto ao balcão do bar em busca da caninha... mas qual!  Era uma loja de locação de livros!  Milhares de livros, em especial ficção, disponíveis por R$ 3, ao dia, ou R$ 15, por mês, para um exemplar...  É a Toca da Leitura, em Moema... Mas não serve para mim: apegado, preciso do livro - minha cachaça - sempre à mão!  rsrs
Rua Canário 1035, Moema.  A Toca da Leitura. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2018

EM BUSCA DO FIO DA MEADA... (8)

O que chamam de "voto útil", eu às vezes chamo de "voto responsável", mas prefiro mesmo chamar de "voto necessário".  Com a crise econômica se arrastando há mais de três anos, do jeito que os ânimos estão acirrados, com as redes sociais potencializando os confrontos, se qualquer um dos extremos assumir a presidência em 2019 os conflitos vão se exacerbar de maneira incontrolável!  Estaremos a um passo das radicalizações e da paralisia total, ou seja, do caos, como dizia Helio Jaguaribe.  Não quero isso!
imagem: engeplus.com.br


terça-feira, 11 de setembro de 2018

SAUDADES... (21)

Hélio Jaguaribe foi um estudioso da oscilação na democracia brasileira. A Revolução de 1930 resultou no Estado Novo ditatorial.  O golpe militar de 1964 por 21 anos tolheu a manifestação política da sociedade...  Já hoje algumas candidaturas lamentavelmente não dão ênfase à vida democrática em suas plataformas, questionando esse modelo.  Jaguaribe, junto com pensadores como Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Florestan Fernandes, entre outros, buscava o caminho para uma sociedade mais justa, plural e equilibrada.  Na pessoa de Jaguaribe, que partiu ontem, a homenagem a esses pensadores que, nesses tempos rasos, deixam saudades...
Cientista político Hélio Jaguaribe (1923-2018)
foto: Nelson Pérez/ Valos, in oglobo.globo.com


sábado, 8 de setembro de 2018

INDIGNAÇÃO! (38)

Só para que fique claro, o Museu Nacional tinha duas bibliotecas: uma, a própria, ficava em outro prédio próximo. Porém mais de 35.000 volumes, entre livros e publicações, viraram cinzas de conhecimento.  Era a Biblioteca Francisca Keller, do programa de pós-graduação de Antropologia Social da UFRJ.  Essa biblioteca sim ficava no prédio consumido pelas chamas.  35.000 volumes de Antropologia (AQUI), no inventário das perdas eternas...
A Biblioteca Francisca Keller ficava dentro do prédio torrado.
(imagem: ppgas.biblioteca.ufrj.br)

terça-feira, 4 de setembro de 2018

INDIGNAÇÃO! (37)

Perguntas simples: nenhum candidato vai se comprometer - se eleito - a entregar em 2022, na celebração dos 200 anos da Independência, uma parte do Museu Imperial recuperada? Quatro anos não dão pra nada? Vão fugir da raia desde já?
Foto: Mauro Pimentel/AFP, in istoe.com.br

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

INDIGNAÇÃO! (36)

Há dois anos, no Rio, desejei visitar o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista.  Consultei folhetos e logo vi que era um passeio desprestigiado...  Indaguei moradores e todos desaconselharam, devido ao abandono...  E agora os drones mostram: só restaram as paredes.... Tudo, absolutamente todo o acervo e riquezas que havia ali, ardeu e desapareceu sob as chamas (AQUI) do descuido, do abandono, da irresponsabilidade.  3 de Setembro, vésperas de 7 de Setembro, dia tristíssimo no país...
Não há palavras para descrever...
(foto: Uanderson Fernandes/ Agência O Globo, in oglobo.globo.com)