terça-feira, 12 de março de 2024

LANCES URBANOS (93)

Hoje, 5h15, vi o corsinha preto acelerar de uma casa um pouco abaixo e parar no meu prédio.  A moça saiu do banco de trás e colocou o jornal na "roda de pizza" do portão.  Eu acenei pro motorista e ele, sorridente, acenou pra mim.  Será que me reconheceu? O último no prédio a assinar jornal impresso... (não, a moradora do 63 assina no fim de semana). Sempre dou uma boa caixinha de Natal para esse que, 365 dias por ano, traz a informação tão cedo, rua ainda escura. Depois parou na esquina e - casal solidário - cada um foi para um lado da rua entregar um exemplar.  Que jornal digital que nada!  É pura tecnologia o jogo acabar 23h30 (estou dormindo), e já às 5h15 o impresso com o resultado estar aqui na minha porta. Já falei disso, continua me impressionando.  O jornalista (talvez em casa) aguarda o apito final pra clicar enter e o texto subir para as máquinas, rodar, os cadernos serem montados, os jornais ensacados...  Será que é lá mesmo na gráfica que o corsinha se abastece de exemplares?  Quantos corsinhas são necessários pra distribuir em toda cidade?  Quanto ganha o casal que acorda tão cedo?  Será que moram no Limão, perto do jornal? "Vc gosta mais do Estadão do que da Folha?"...  A vida é feita de perguntas ne?

Jornal de hoje, tão quentinho quanto o pãozinho.


7 comentários:

  1. Tenho muita saudade da época que assinava o journal impresso.

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  2. Meu café da manhã desde que me conheço como gente ..aFolha de São Paulo fez parte …..em 2015 cancelei com o coração apertado ….amo sentir o cheirinho do jornal e recordar do meu amado pai que proporcionou este deleite para a família Mendonca !

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  3. Sempre gostei mais do Estadao. E também do tamanho classico, maior :) bjo Veronica

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  4. Lá em casa, sempre recebíamos os impressos, que saudade!!!

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  5. Tenho informações do meu tempo de Estadão. Esse pessoal que faz a entrega dos jornais é terceirizado. Na minha época (até 2015) o veículo preferencial era a Kombi porque havia mais assinantes de jornais impressos. Hoje tudo deve caber no banco de trás do Corsinha. Esse trabalho é insalubre, se os distribuidores não se precaverem usando agasalhos mesmo em épocas de calor, adoecem. Houve casos de distribuidores que tiveram pneumonia e morreram. Naquele tempo ainda não havia surgido a Covid. Esses entregadores costumam distribuir não só o Estadão, mas outros jornais também, os de bairro, Diário do Grande ABC, etc, que rodam na impressora gigante que ocupa dois andares. A edição nacional do Estadão impresso fica pronta às 11 horas. Essa é levada por caminhões aos municípios do interior. A edição que o Eduardo Britto recebe em sua casa já é a definitiva, com os resultados das partidas de futebol disputadas à noite, desfiles das escolas de samba que abrem o carnaval e mais recentemente o leitor recebeu logo de manhã fotos e textos da entrega do Oscar. Essa é só uma das muitas histórias do Estadão, cujo prédio hoje quase vazio, eu costumava chamar de "indústria da notícia". Abraços.

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