Duas situações marcaram a audiência pública sobre o novo
corredor de ônibus: 1 - a superficialidade de conteúdo da audiência e 2 – o
destempero dos dois vereadores presentes.
Era muito previsível que haveria um embate entre posições
diferentes. De um lado aqueles que são
contra a construção do novo terminal no quarteirão indicado pela SPTrans. E de outro os que consideram que o benefício
gerado pelo corredor supera em muito o prejuízo aos proprietários e comerciantes
do quarteirão. O embate aconteceu e virou
bate-boca. Faltou pouco para virar
pancadaria, não fosse a presença de dois policiais PMS.
Vereador Adilson Amadeu inflamado. |
Brittadeira na audiência:
chamada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente com regras e
rigores de uma audiência pública oficial, ela não disse a que veio, pois não
entrou em nenhum detalhe importante. O
trecho Norte da obra (da Praça da Bandeira até Santana) foi tratado no mesmo
nível que os outros trechos da obra, até o Rio Bonito, próximo a
Interlagos. Não detalhou nenhum
impacto ambiental mais relevante, a citar dois: obra de altíssima complexidade
(túneis sob a praça Campo de Bagatelle e junto à rua João Teodoro, e viaduto
sobre a av. do Estado), não foi falado como ficará o trânsito durante mais
de dois anos de obra. E como serão manejadas
as enormes árvores no canteiro central de toda a av. Santos Dumont, de
beleza paisagística e conforto térmico valiosíssimos. E mais: Roberto Moura, diretor da SPTrans,
afirmou mais de uma vez que ainda se estuda o local para implantação do
terminal Santana. Bem, se ainda não está
definido o local da estação, como pode essa audiência validar o licenciamento
ambiental da obra?
Brittadeira nos vereadores: bastou um cidadão defender com
ênfase o corredor, afirmando a prioridade do transporte público e da
mobilidade, para que o vereador Adilson Amadeu levantasse da cadeira onde
estivera tranqüilo por quase uma hora, exigindo a palavra e atropelando a ordem
determinada pela mesa: primeiro falariam
os cidadãos, depois as entidades, e por último as autoridades. Sendo mantida essa sequência pelos
organizadores, Adilson Amadeu e Nelo Rodolfo ficaram inconformados, se dirigindo
com virulência à mesa... e a coisa
desandou. Cada vereador teria a sua vez e os seus cinco minutos para
falar. Por quererem atropelar a ordem,
deram início à confusão. Com a balbúrdia que tomou conta do espaço (por sinal
inadequado para a importância dessa audiência, com som precário, má acústica e
telão pequeno e distante) a audiência não conseguiu ser retomada a contento.
Santana e o comércio de Santana vão sobreviver, onde quer
que seja erguido o novo terminal. Claro
que os custos serão cobrados pelos prejudicados, e deverão ser pagos pelos
responsáveis. Mas não vai ser com
audiências desse nível que se chegará a um necessário denominador comum.
Obrigada por partilhar suas observações. Para quem não tem condições de participar pessoalmente, foi uma valiosa postagem.
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