terça-feira, 22 de outubro de 2013

LITERALMENTE, A ARÁBIA DO SÉCULO 21

A tecnologia nos abre tantas portas, que chegamos a pensar que poderia nos abrir os portões de um mundo novo, livre dos atrasos e dos mecanismos poluentes.   Assim como a Arábia foi o grande fornecedor mundial do combustível antigo, do petróleo que moveu o mundo, mas deixou o rastro de um planeta poluído, o Brasil poderia ser a “Arábia” do século 21, fornecendo ao mundo energia limpa, como o etanol (ok, o etanol também tem problemas, com as monoculturas agrícolas, mas nada é perfeito), e também a energia solar e a eólea, mas...  descobriram o pré-sal,  e tudo o que era novo se recolheu, afinal é um super-tesouro, um baú de pirata cheio de um trilhão de reais ao longo de 30 anos!

Acaba de rolar o primeiro leilão de áreas para exploração do pré-sal, o que significa fazer furos em alto-mar de 7 km de profundidade, atravessando misteriosas faixas de sal de 2 km de espessura, para tirar lá do fundo da terra o ouro negro adormecido a milhões de anos...  se tudo der certo...  a aventura é arriscada (veja aqui)...  mas no entusiasmo da festa ninguém fala nisso...

Plataforma marítima de exploração de petróleo (fonte: www.paraiba.com.br)

Que pena que até a Marina Silva diga que o petróleo é um mal necessário...  Ela que é ‘sonhática’, e poderia pensar o Brasil como uma Arábia Saudita das novas energias, agora que se aproxima do poder abaixa o tom, enquadra o discurso, e vai admitir a Arábia literal:  mais petróleo, mais combustíveis fósseis, mais CO2 pelo mundo. 

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