terça-feira, 22 de outubro de 2013

BIOGRAFIAS – TANATOGRAFIAS

Biografia.  Do grego “bio” – vida, escrever sobre a vida.   Mas se não puderem mais escrever biografia livres, independentes (chamadas também de “não autorizadas”),  então será a morte das biografias.  Passarão a ser tanatografias, do grego “thánatos” – morte. 

Só uma pessoa merecedora desperta em alguém a vontade de escrever uma biografia sobre ela.  E esse mérito ela adquiriu na convivência com a sociedade, trocando, interagindo com o público. Por ter influenciado esse público através de suas palavras, gestos ou artes, essa pessoa ficou grande e famosa, e despertou a curiosidade do público em saber mais sobre ela, para se inspirar, para ter como exemplo, ou apenas para admirar os detalhes de sua trajetória.

Por isso é injusto que se restrinja o direito de escritores e pesquisadores pesquisar e escrever sobre essas pessoas públicas, ocultando de seus admiradores o saber das etapas de suas vidas, mesmo seus tropeços, que só valorizarão a sua vitória.  

Os biógrafos, se escreverem besteiras, serão punidos pela Justiça ou pelo esquecimento. Isso basta para afastar 95% dos aproveitadores ou mal-intencionados.
Djavan no começo de carreira, década de 1970 (fonte: euamompb.blogspot.com)

Exemplo: eu sempre quis escrever a biografia do compositor e cantor alagoano Djavan.  Mas saber que esse músico genial e letrista incomum faz parte do grupo “Procure Saber”, que restringe a atuação dos biógrafos, me decepciona e esfria.  Uma pena!  Eu (e outros) poderia – à custa de muito tempo e trabalho – escrever umas páginas bem legais sobre ele...  

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