domingo, 12 de março de 2023

LANCES URBANOS (81)

Era para ser um manifesto, um protesto, porém foi mesmo uma homenagem. Sim, teve manifesto pelo respeito à natureza.  Teve protesto pela atrofia do poder público, que nunca faz o que deveria fazer.  Mas muito mais forte foi a homenagem a dona Nayde Capellano, com a presença de seus filhos, netos e bisnetos.  Na fatídica esquina das ruas Gaivota e Ibijaú, em pleno Moema de IDH tão elevado, onde a vida de dona Nayde foi ceifada pelas águas.  Opa!, pelas águas? Não, não foram as águas as responsáveis por levar essa senhora de forma tão trágica, presa em seu carro submerso.  Fomos nós, pessoas omissas ou irresponsáveis, que vemos nossa cidade afundar e não fazemos nada, tendo poder ou não. Pelo menos comparecemos. Foi um ato bonito, de palavras de esperança, que terminou com orações chamadas pelos familiares.  Sim, ela tinha 88 anos...  Imagine a cicatriz no coração desses filhos e netos e bisnetos. Imagine se fosse você a perder a avó dessa forma tão insólita, tão dolorida...  Muito precisa ser feito, porque a cidade está moribunda.  E aí, como fica isso?

Homenagem com familiares de Nayde Capelano. 
(foto Denise Delfim - Associação V. Mariana)



2 comentários:

  1. Minhas condolências. Sim, somos cúmplices por não cobrar do poder público que cumprisse sua obrigação.

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  2. Minhas condolências à família, as pessoas precisam ser orientadas sobre como agir no diante das tempestades de verão. Uma delas é sair dirigindo na chuva só em extrema necessidade. Se já saiu,melhor é estacionar em lugares mais altos e deixar o veículo. Claro que as situações são diferentes umas das outras. Eu sou paraplégico, evito sair em São Paulo à tarde em épocas de chuva. Culpar as autoridades é fácil. Como solucionar o problema das enchentes em um lugar sedimentado como Moema de corregos canalizados passando embaixo até de edifícios é que é difícil. Vamos desapropriar o bairro e fazer de Moema um grande piscinão?

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