Há anos repasso na agenda essa frase dele: Bom mesmo é problema na cabeça, sorriso no rosto e paz no coração. Incrível, ontem mesmo, navegando pela biblioteca no modo "dispensar", peguei o livro do Arnaldo Jabor, hesitei, cambaleei, e pus de volta na prateleira: como não ter um Jabor nessa biblioteca-reta-final-da-vida? Cara inteligente pra caramba, charmoso pra cacete, viveu na juventude a fase mais dourada que esse Brasil conheceu, o final dos anos 50, e no Rio!, cidade então mais maravilhosa impossível! Conviveu com belas mulheres (em Eu te Amo viu nuas de perto Sonia Braga e Vera Fischer, quer mais?), casou três vezes (epa!, casar a 3ª vez é burrice, deixa pra lá), opinava em pleno Jornal Nacional (sucesso garantido com sua "vocação para teatralizar seus pontos de vista", diria Ruy Castro), foi cronista de grandes jornais... Taí um cara invejável, pensava eu às vezes... Um cara que (verbete na enciclopédia ipanemense, portanto bom nadador), tenho pra mim, aos 81, não conseguiu superar a rebentação dos dois tsunamis que devastaram a sua (nossa) sensibilidade nos últimos anos. Quem o conheceu sabe: morreu engasgado com a situação do país. Seus filmes e livros não deixarão ter saudades, mas desde já deixa...
Arnaldo Jabor (1941 - 2022) |
RIP: Um senhor com idéias muito controversas. Vale a pena ler, mas um grão de sal. Apoiou o golpe, né? Fazer o que?
ResponderExcluirEu parava sempre para ouvi-lo, mesmo quando estava bem ausente em atenção dos que falavam antes ou depois.
ResponderExcluirGostava de ouvi-lo pelas manhãs na CBN.
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