segunda-feira, 29 de junho de 2015

SAUDADES... (2)

Somos o que lemos, o que ouvimos, o que provamos, o que sentimos com a flor da pele e o vibrar do coração.  Somos mais isso ao longo da vida do que aquilo que nos transmitem pai e mãe, acredito.  

Por isso quem me conhece sabe que, pro bem e pro mal, pro feito e pro sonhado, sou muito reflexo e sensibilidade do que produziu o grupo de rock Yes ao longo de quase 50 anos. 

O Yes nasceu em Londres, 1968.  Em 1978, num quarto dos fundos de uma casa no Jabaquara, a turma do skate trocava LPs na pick-up, e quando Paulo Anshowinhas colocou o disco Relayer pra tocar, não sabia que instaurava naquele instante uma tatuagem sonora no meu espírito.  

Tudo pra dizer que estou de luto. Sábado foi-se para o etéreo o baixista Chris Squire. Acometido por uma doença linfática.  O único a constar de todos os trabalhos em 47 anos. Meu preferido, meu carismático na banda.  

Pode parecer pequeno ou banal, mas tudo que quero criar, quero fazer com a grandiloquência harmônica e a sutileza estética que o Yes fez. 

Hoje o dia será de silêncio.  Exceto o som a toda no carro!

Chris Squire (1948-2015). (foto: Dave Katinsky/Getty Images)

2 comentários:

  1. Sim, vai fazer muita falta. E penso que isto foi a pá de cal sobre o Yes. Em continuando a banda, esta será um cover.

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  2. Com a notícia do falecimento do Chris tive a sensação de que um ciclo se fechou: sua obra está completa (e que obra!). Resta-nos apenas ouvir o fluir desse caudaloso rio que atravessa a todos nós seus admiradores. Próximo à margem, obviamente.

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