segunda-feira, 30 de junho de 2014

A SITUAÇÃO DO SISTEMA CANTAREIRA (I)

Acompanhando a crise do sistema Cantareira desde o começo do ano, pela primeira vez leio alguém dizer, objetivamente, o que pode acontecer conosco se acabar de vez a água desse sistema. Foi o biólogo Fernando Reinach em artigo do Estadão anteontem (leia AQUI). Se não for possível transferir água para - Reinach imagina -  50% dos moradores servidos pelo Cantareira, 4 milhões de pessoas,  ficarão sem água.  Me parece que estas pessoas terão que abandonar suas casas por meses ou anos, disse o biólogo.

Situação de reservatório do sistema Cantareira.  (foto: Luis Moura/ Estadão Conteúdo)
O Inverno, temporada mais seca, começou há uma semana.  Temos mais três meses de um tradicional período de estio.  Se estiver friozinho, os banhos ficam mais longos...  Muitos carros continuam sendo lavados como pede a estética de seus proprietários em períodos de fartura...   

O site da Sabesp hoje indica que o volume útil + a reserva técnica do sistema Cantareira está em 20,8%. Quando chegar a zero, água só com canequinha...  Ninguém tinha falado até hoje como será o dia seguinte ao término da água...  Reinach colocou essa questão na mesa. Passada a Copa, acho que essa discussão vai tomar a mesa dos bares...

Um comentário:

  1. Antes de cursar engenharia Hidráulica na Fatec-SP achava que tudo era possível. Hoje, sei que tudo é possível em tempos de guerra, em tempos de paz, não! Não existe na natureza alternativas ou substitutos aos quatro rios que compõem o sistema Cantareira. Não tem quatro rios sobrando por ai que se possa reservá-los para o quando os quatro do Cantareira micharem. A reação do governo do RJ sobre nossa intenção pelo Paraíba do Sul deixou claro a guerra que é pegar água dos outros para nós. Todavia S.Paulo doa seus impostos para todo o Brasil, incluindo RJ, então nada mais justo que doem água para S.Paulo. O que vai sobrar, no final, quando secar os reservatórios, é o volume dos rios que as chuvas mandarem e, então, far-se-á o tão aclamado rodízio com o que vier nos rios das chuvas no período, que pode ser um volume por segundo de afluentes de apenas 10m3, ou 9m3, ou 15m3, o que a naturza mandar, a ser rotacionado entre todos. Mas, historicamente, são os meses de Janeiro e Fevereiro que mais choviam. Até lá, é economizar e interligar os outros sistemas com o Cantareira, dividindo com toda a população de S.Paulo a estiagem que o Cantareira esta sofrendo. Também podemos rezar, ou, ir à guerra já.

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