quarta-feira, 23 de julho de 2025

LENDO.ORG (73)

Chegaram as estantes. Agora é ajeitar o espaço e montar os 23m lineares de prateleiras. Devem comportar os 1.000 livros. Que são quase 1.100, não sou Caxias assim de cravar mil e serem mil. Também não podem ser 1.200, que desmoraliza o conceito rsrs. Mil livros. A experiência da vida diz que mil é o meu número, ainda mais que agora entrei na última reta do triângulo (aqui)... Por isso a biblioteca é fluida, arisca, são mil cambiantes... Estou louco pra instalar os títulos recentes que tratam do ataque à democracia mundo afora, os canalhas fascistas (quer ser chique? chama de autocratas) agarrados em seus podres poderes (a grana desmesurada!)... Mas chegaram as estantes, em boa hora, que faz um ano que estão encaixotados, em frágeis caixas de papelão. Eles sofrem, eu com eles. Alguns os tenho pela beleza editorial. Mais e mais vejo que pequenas editoras, podendo fazer pequenas tiragens, se esmeram em qualidade gráfica, composição zelosa, capa elegante, fonte confortável, papel fino, enfim, um charme de produto - o mais nobre - que a gente quer guardar... desde que, of course my horse, o conteúdo ao menos se aproxime da forma. Nada é só beleza, nada é só inteligência. Mixar as duas coisas é a arte. Mas às vezes coloco em questão. Tipo, ok, são 1.000, mas quase 400 são sobre São Paulo. Só 600 para os outros temas? Deveriam ser 1.400 então? Tipo, ok, 23m... estique uma prateleira única de 23m e coloque os livros lado a lado... é tanta coisa assim? Olha que não rsrs. Mas é o que a experiência da vida... já disse. Como é a sua biblioteca?  A minha é viva. Entra e sai, entra e sai, quase que respira. Neste Julho, até agora - curioso - não entrou! E saíram 12. O método de entrar é simples (vai entrar, que a Livraria do Brooklin vai fechar (aqui), snif, preços promocionais, vou Sábado). O de sair, tem a técnica do banheiro, mas isso é outra história...

Mais um livraria de bairro que fecha... Culpa do celular? Da Amazon? De eu não ir?
(foto da livraria do Brooklin: Rogério Pallatta (VejaSP) in vejasp.abril.com.br 



terça-feira, 8 de julho de 2025

LANCES URBANOS (102)

Era 1979, e sou eu debruçado na mureta da antiga rodoviária, esperando a turma do 3º ano. Íamos a uma chácara em São Roque (ou Ibiúna? ou Cotia? faz 46 anos!), churrasco de encerramento do colegial, da fase compulsória de estudos, mirando cursinhos e vestibulares, também obrigatórios, ninguém ousava discordar. Como se vê, não fui eu quem bateu a foto, e quem bateu não a mostrou na hora, como se faz hoje. O filme ficou na máquina, um dia se revelou e eu nunca soube dessa foto até que - surpresa máxima! - dei com ela num Face da vida (não tenho Insta), nesses grupos de fotos de São Paulo, à guisa de registrar a saudosa rodoviária de São Paulo, na praça Júlio Prestes, na Luz, cujos ornamentos acrílicos eram uma coisa bem diferente e gostosa de ver. Quem tem mais de 50 tem muitas histórias nela... Aí mudou pra ZN, virou o Terminal Rodoviário do Tietê, um caixote concretoso que o Maluf inaugurou em 82, muito maior e funcional, verdade, mas zero sex-appeal...  Daquele dia, certamente Dezembro de 1979, não esqueço a coleguinha que chegou atrasada e, não encontrando lugar no ônibus, chorando correu pra abraçar alguém, e esse alguém era, orgulhosamente, e sem saber por que, eu. Ficou no pódium da memória, que a memória é sempre um pódium todo especial, não? E lá fomos nós, ocupando metade do ônibus, embalados por Mania de Você e Bandolins, os megassucessos daquele ano, fita-cassete na certa. Choveu muito, muito barro pra chegar e sair da chácara, alma lavada de alegria e emoção, os caminhos se bifurcariam para aquela turminha, paixonites balançaram...  E com você, como foi? Somos muito a turminha que tivemos na escola... . Aquela era do Caetano de Campos da praça Roosevelt. Porque tinha o Caetano da Aclimação, e isso é outra história...

Depois de décadas, a foto...