terça-feira, 8 de julho de 2025

LANCES URBANOS (102)

Era 1979, e sou eu debruçado na mureta da antiga rodoviária, esperando a turma do 3º ano. Íamos a uma chácara em São Roque (ou Ibiúna? ou Cotia? faz 46 anos!), churrasco de encerramento do colegial, da fase compulsória de estudos, mirando cursinhos e vestibulares, também obrigatórios, ninguém ousava discordar. Como se vê, não fui eu quem bateu a foto, e quem bateu não a mostrou na hora, como se faz hoje. O filme ficou na máquina, um dia se revelou e eu nunca soube dessa foto até que - surpresa máxima! - dei com ela num Face da vida (não tenho Insta), nesses grupos de fotos de São Paulo, à guisa de registrar a saudosa rodoviária de São Paulo, na praça Júlio Prestes, na Luz, cujos ornamentos acrílicos eram uma coisa bem diferente e gostosa de ver. Quem tem mais de 50 tem muitas histórias nela... Aí mudou pra ZN, virou o Terminal Rodoviário do Tietê, um caixote concretoso que o Maluf inaugurou em 82, muito maior e funcional, verdade, mas zero sex-appeal...  Daquele dia, certamente Dezembro de 1979, não esqueço a coleguinha que chegou atrasada e, não encontrando lugar no ônibus, chorando correu pra abraçar alguém, e esse alguém era, orgulhosamente, e sem saber por que, eu. Ficou no pódium da memória, que a memória é sempre um pódium todo especial, não? E lá fomos nós, ocupando metade do ônibus, embalados por Mania de Você e Bandolins, os megassucessos daquele ano, fita-cassete na certa. Choveu muito, muito barro pra chegar e sair da chácara, alma lavada de alegria e emoção, os caminhos se bifurcariam para aquela turminha, paixonites balançaram...  E com você, como foi? Somos muito a turminha que tivemos na escola... . Aquela era do Caetano de Campos da praça Roosevelt. Porque tinha o Caetano da Aclimação, e isso é outra história...

Depois de décadas, a foto...