Faz um ano minha biblioteca (80%) está encaixotada. Dá saudade! Por isso movi ajuda e músculos, trouxe as caixas pra cima, abri todas (menos as "São Paulo") e, revisitando, enxuguei o acervo, direto para o bazar da AACD. A essa altura da estrada da vida temos que ter o melhor junto de nós. Os melhores amigos, o melhor papel higiênico, os melhores livros... De mil, não vou tirar 100 - "os menos melhores" - e passar adiante? Assim fiz, enquanto a biblioteca fica à espera de novas e melhores prateleiras... Pertinho ficam aqueles 20%, os queridinhos, os certeza-da-vitória. Mesmo assim é comum acontecer de pegar pra ler o último livro que entrou... É. Aí vale o conceito UEPS. Em 81 entrei na PUC em Ciências Contábeis, eufemismo pra Contabilidade. No primeiro dia de aula, quando o professor abriu os razonetes de débito e crédito no quadro-negro (ou lousa?) eu olhei pro Jorge, o Jorge olhou pra mim e viramos amigos instantaneamente: "Não vai dar pra ficar 4 anos vendo isso ne?!", dissemos em uníssono. O Jorge, japonês fora da curva que gostava de barzinho (As últimas nuvens azuis do céu da alameda principal, na Jaú, seu preferido), o Jorge reoptou pra Matemática, eu reoptei pra Ciências Econômicas (vulgo Economia). Mas antes tivemos que sofrer dois semestres com Introdução à Contabilidade, de onde me ficaram mais vivos os conceitos de estoque PEPS e UEPS. E esse último mais, porque sempre aconteceu mais: UEPS - Último a Entrar, Primeiro a Sair. Pois agora mesmo, acabou de chegar o livro do mês do Clube de Literatura Clássica: Ivanhoe, de Walter Scott. Chegou e já saiu direto pra leitura! Um clássico. Por que minha mãe pronunciava esse nome em inglês, "aivanrrou", em vez do acaipirado Ivanhoé? Mistério. Um legítimo clássico. Espirituoso e divertido. Pioneiro no gênero romance histórico. Saxões x normandos, cristãos x infiéis... Código do amor cortês (lembra?)... 500 páginas daquela Idade Média, bom pra fugir dessa nossa.
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Ivanhoe - romance histórico da Idade Média britânica. |
Fez muito bem! Alguém aproveitará os livros e vc ganhará espaço.
ResponderExcluirÉ a proposta, Ana. Obrigado!
ExcluirFran, sou de fácil desapego, mas se tratando dos nossos queridos livros também sofro um pouquinho, mas depois de algumas tentativas consigo!
ResponderExcluirBiblioteca cambiante também é biblioteca ne Ângela? O importante é ter sempre uns livros por perto e olhar pra eles com carinho e esperança de leitura. Bj
ExcluirEh verdade!
ExcluirQue saudade dosmeus estão na casa da minha ex. Não tenho lugar para guarda-los por enquanto
ResponderExcluirNa casa da ex, perdidos para sempre? rsrs. Boa sorte querido anônimo.
ResponderExcluirEspero que não. Caso contrário pode até rolar morte rsrsrs
ExcluirExcelente iniciativa, Britto. De que valem os livros, se não puderem circular livremente? Tive um professor na Faculdade de Direito que já dizia: "Livro sem orelha e rasura não é um bom sinal". Abraços!
ResponderExcluirCalma lá Felipe! Só 10% rsrs. Abração!
ExcluirRsrsrs
ExcluirAinda não tenho esse desapego....difícil me desfazer de livros.. apesar de que nos últimos anos tenho lido virtualmente pelo Kindle...pelo menos ficam todos armazenados no aparelho......e os antigos, guardados..
ResponderExcluirDesapegar de livros é uma operação muito delicada... leva dias! Meses! rsrs. Obrigado Aurea!
ExcluirLembrei da sua querida mãe, nossa Zezé e imaginei ela falando o nome do autor em inglês - muito mais pertinente que o caipirês! Desapegar é um exercício imenso. Que os escritos circulem mais e suas energias atinjam mais cabeças.
ResponderExcluirQue gostoso você lembrar da dona Zete, ou Zezé, como disse rsrs. Com a idade a gente vai desapegando ne Gyrons? Ou não? rsrs. Abração!
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