segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

UM NOVO TEMPO... (8)

É, um filtro. Ainda tem em casa? Fui pra Minas e estranhei o filtro, só no terceiro dia experimentei, e que delícia (água quando se tem sede é das três coisas mais gostosas do universo). O que tem o filtro? Seguinte: tem que filtrar. Tem que filtrar tudo. Se não reparou repare. Filtrar pra pôr pra dentro. Filtrar pra pôr pra fora. Quem não filtra se expõe. Quem não filtra espalha. Tudo mesmo? Sempre? Isso, pensadamente, lembradamente (a gente esquece) até que se torne natural, quase imperceptível, uma arte, o filtrar. E vire fluxo cristalino, aquela fonte ininterrupta e benfazeja que admiramos nas matas... A natureza filtra, nada é excessivo. Disse o poeta que a calma sabedoria é calar, calar. Exagerou. Filtrar tá de bom tamanho. Um exercício. Agradeço (e nem sempre entendo) quem filtra. Dá vontade de inaugurar uma religião, o Filtrismo... Filtro e encerro. 

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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

SHOW DE BOLA! (113)

RPPN, chuvas, cachoeiras, Saint-Hilaire, café, escorpião... Por onde começar? Ingredientes de uma viagem show de bola... E começa que Minas é um mundo de 853 cidades. Na Serra da Canastra são pelo menos 10, dependendo de por onde se entra, ou se sai...  Entramos por Delfinópolis, saímos por São Roque de Minas, em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural de quase 100 hectares (um Ibirapuera!) só para preservar. Explorar (quem não preserva explora?), só turisticamente. Coisa mais linda existir RPPNs. A RPPN Cachoeira do Cerradão (quem tem insta vê, eu não) tem a segunda cachoeira mais imponente entre as cento e tantas da Canastra. Estar ao pé dela, seus três andares encorpados pela chuva dos dias e das noites, foi um momento raro na vida. As trilhas são um desafio para bichos urbanos, mas é ler Saint-Hilaire pra ver que isso é fichinha. Há 200 anos, antes da independência, o francês passou 6 anos no Brasil, caminhando por picadas inexistentes, chegou até a Canastra em busca da nascente do São Francisco e relatou isso com muita sensibilidade em um de seus muitos diários que viraram livros. Pessoas assim estimulam sucessores ao longo dos séculos. Na acomodação (pra não dizer airbnb, não combina), três livros do pesquisador Sávio Freire Bruno, que dedica a vida ao pato-mergulhão, seriamente ameaçado de extinção, e que só nidifica junto à nascente do São Francisco, que a chuva e a lama não permitiram visitar. Uma vida dedicada a uma espécie em extinção... existem pessoas assim, vale enfatizar. 

E é só o primeiro andar da Cachoeira do Cerradão...

Acontece que a natureza era tanta que pintou um escorpião no quarto... E aí?  Me digam as Ana Marias, as Maria Josés e as Nancis que se dedicam ao animais de um jeito que não entendo, o que fazer numa hora dessas?  Fiz e pronto. Capitólio nuns trechos me lembrou o litoral norte, Furnas pra que te quero! Quem disse que praia de mineiro é no Espírito Santo?  Ok, Minas tem queijo, mas o que mais vi foi pés de café. Infinitas plantações de café. Dá pra entender o preço estar como está? De quebra, conheci Guaxupé. Lá choveu menos que cá. Que bom.

Salve os grandes pesquisadores e estudiosos!