quinta-feira, 20 de junho de 2024

LANCES URBANOS (94)

O Sol mais deitado do ano. Solstício de Inverno. Amanhã ele já começa a voltar, do Norte para o Sul, o movimento pendular infinito (enquanto dure).  Assim é a vida ne? Então eu estava no centro velho da cidade.  Sim, porque São Paulo são muitos centros.  Ou no mínimo dois, o velho e o novo. Fui à 25 de Março e seu lodaçal.  Sim, sim, aquilo é um lodaçal. Não deixa de ser por ter gente, infelizmente. Muito pelo contrário, é gente mesmo que cria aquele lodo todo nas calçadas sujas, nas sarjetas imundas, na confusão indizível. Bons tempos (talvez) da galeria Pajé há 50 anos.  Meu pai fazia sucesso lá naquele tempo, ele gosta de lembrar, mas isso é outra história.  A história agora é que a recuperação, a revitalização, o re-nãoseioquê da 25 de Março vai ficar por último. Ali a coisa é séria, porque a selvageria impera.  O ressurgimento tem que começar em trechos mais dóceis do centro, dos centros, tipo na rua São Bento de lojas fechadas que o Douglas Nascimento mostrou outro dia, centro velho.  Tipo no entorno das galerias do centro novo, pensar o que fazer por ali, quem sabe colocar flores, quem sabe fazer uma limpeza pra valer, tipo zeladoria profissional (ué, não recebem salário pra isso??), e não a zeladoria inexistente de hoje. Quem sabe unir forças e trabalhar.  Só colocar PMs não dá. Pra tirar do fundo do poço precisa de mais. Lá na ponta direita da foto (que bati da Prestes Maia), o prédio da Prefeitura. O centro, os centros estão na berlinda, porque tem eleições daqui a três meses (!), e recuperar, reerguer, recriar essa região é uma questão de honra. Passou da hora. Quem teve 4 anos para fazer isso, e não fez, não merece permanecer.
Hoje, 20/06, 16h, Solstício de Inverno


segunda-feira, 10 de junho de 2024

E AÍ? (3)

Em três levas, foram 565 livros deixados no ponto de entrega em São Paulo para o projeto A Ponte, de São Leopoldo, de recuperação das bibliotecas de escolas públicas atingidas no Sul. 55 meus (aqui), 510 (sem contar os infantis e os gibis) de pessoas queridas.  Como irão para lá?  Quando estarão em alguma prateleira?  Quando alguém, lendo os que doei, vai encontrar os erros de revisão que costumo marcar nas páginas?  Mistério. Cada um faz sua parte. A minha foi levar ao endereço indicado. A de pessoas pró-ativas e desapegadas, foi separar os livros e me contatar pra pegá-los. 565 livros não compõem nem uma biblioteca de escola pública, mas é um tijolo na construção. O fato é que não existe escola sem biblioteca, ainda que nenhum aluno pegue livros pra ler, o que será uma incompetência da direção pedagógica da escola, não culpa de nenhum aluno.  Ler é apresentação. Ler é incentivo. Existem técnicas para apresentar e incentivar a leitura aos estudantes.  Somos seres melhores quando lemos, e a leitura mais valiosa está em livros. E aí? Ainda dá pra doar. Leve uma caixa, uma sacola que seja, na av. Brigadeiro Faria Lima 628, Pinheiros, em horário comercial. Entre no estacionamento e diga que vai entregar livros na portaria. Fui atendido lá pelo Jeferson. Facinho. Só não sei até quando. (Opa! De última hora a Regina, amiga da Maria Laura, trouxe 119 livros, que levei à Abigraf, na rua do Paraíso 529, Paraíso.  Também estão enviando para o Sul.)  684 livros. 

Terceira leva entregue hoje. 220 livros.