Minha filha mora em Bento Gonçalves. Sommelier, há 3 anos mudou para a "capital brasileira do vinho". Queridos e queridas perguntam como ela está. Respiro fundo e penso em como ser sintético. O principal: ela está bem. Mora na área urbana de Bento, que felizmente é distante dos cursos d´água (esse é o ponto!), foi pouco afetada diretamente. Agora, o ser analítico. Quando estive lá em 2022 fui (com as duas filhas, momento sublime) almoçar em Nova Pádua, a 50 km de Bento, em um restaurante-mirante. Ficamos pasmos com a profundidade do vale do rio das Antas. Já à época eu (que sempre amei mapas e geografia) pensava como seria aquele vale profundo com um grande volume de águas. Agora acho que não queria ver... O fato é: esse ponto do rio das Antas está a 120 km do Porto Alegre. Até chegar na capital esse rio entra no Taquari, que entra no Jacuí, que entra a Leste, frondoso, no Guaíba, beirando a capital. O googlemaps mostra o caminho com clareza. Só que nesses 120 km veio trazendo, agora, as águas de uma tempestade descomunal (que tempestade foi essa que cobriu um estado??), acumulando volumes de água impressionantes, que ao passar por Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Estrela, Encantado, plácidas cidades ribeirinhas, entre tantas outras, foi destruindo tudo com a força da gravidade aquática acumulada. Sem contar as outras bacias! E tudo chega, águas destroços, e estaciona no rio Guaíba, que nem é um rio, é uma gigantesca lagoa, um dos mais belos pores-do-Sol do Brasil, em Porto Alegre. Teve Petrópolis (2 vezes), teve São Sebastião... e quando for a vez de São Paulo? A Cantareira ocupada sustenta? Claro que não. O Tietê velho de guerra aguenta? Claro que não. E aí? Quanto é culpa da natureza? Quanto é culpa dos homens e seus governos? Quanto é culpa de Deus? Distribua aí a culpa e arregace as mangas.
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| Rio das Antas em Nova Pádua, a 120 km de Porto Alegre. |
Muito triste o que aconteceu no Rio Grande do Sul
ResponderExcluirA nós compete orar e pedir proteção para os nossos irmãos.
Que Deus os proteja
Pensei nisso hoje lendo e vendo as imagens no jornal… como uma tempestade pode cobrir um estado desse jeito… triste … e atribuir a quem a culpa de tamanha calamidade? um pouco de cada um deu esse somatório de pavor!
ResponderExcluirA natureza, mais dia menos dia, se vinga. E, ao que tudo indica, apesar das chuvas de meses atrás, não foram destinadas verbas públicas para a prevenção de novas enchentes. Por favor, não sou abutre ideológica, como mencionou um determinado articulista do Estadão. Só estou atenta. Parece que dias piores virão.
ResponderExcluirÉ Britto, perfeito seu questionamento. E quando for a vez de São Paulo? Ficamos tão descrentes que isso poderia acontecer em outros lugares, mas a natureza foi implacável e cobrou um alto preço pelo descaso humano. Isso vai acontecer outra vez? Infelizmente, sim.
ResponderExcluirQuando? Onde? Não saberemos. A única certeza é que, mesmo com todos os alarmes climáticos de pelo menos três décadas, nunca fizemos nada pra mudar o rumo, agora estamos num caminho sem volta. Quem será a próxima vítima?
Não creio que Deus tenha culpa, pois ele entregou um planeta em perfeito estado. Livre de lixo, poluição, gases de efeito estufa. O período da humanidade pra reclamar sobre eventual vício oculto já está prescrito. Só resta dividir a culpa pros que já partiram desta terra, com correção de juros pros que insistem em manter essa divida: população viva. Rsrsrs.
ResponderExcluirBelo texto. 👏👏👏👏
No Brasil não existe consciência ambiental e muito menos honestidade dos políticos. Prevenção, manutenção então...o quê é isso? Ficamos ao Deus dará.
ResponderExcluirInfinitas verbas, infinitos verbos utilizados para seus próprios benefícios.
Realmente só oração para melhorar o coração do homem.
Que alivio que ela está bem. Abraços
ResponderExcluirMe lembro quando destruíram Sete Quedas para construir uma hidrelétrica. Sempre me pergunto qual o verdadeiro custo disto. Hidrelétrica não é o pior! Há destruição maior e ainda mais perigosa.
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