segunda-feira, 30 de março de 2020

TEXTO IMPORTANTE!

Texto do biólogo Fernando Reinach (aqui): "No dia 16 de março de 2020 foi publicado o estudo feito para nortear as medidas de contenção do novo coronavírus que já é considerado um clássico. O trabalho, feito por um grupo de epidemiologistas do Imperial College em Londres, simulava a intensidade da pandemia na Inglaterra e nos Estados Unidos e recomendava as possíveis medidas de contenção até que uma vacina ou um remédio fosse descoberto. Esse estudo teve por base modelos que levavam em consideração os dados e os resultados da pandemia na China, a estrutura social, a estrutura doméstica, a demografia, distribuição de idade e o sistema de saúde da Inglaterra e dos EUA. De início a Inglaterra adotou a estratégia de mitigação proposta por esse estudo, mas logo em seguida mudou de rumo e adotou a supressão.

Agora esse mesmo grupo refez o estudo para cada um de 202 países, sendo que um deles é o Brasil. Para isso foram levadas em consideração todas as peculiaridades do Brasil, como a distribuição etária e estrutura familiar, índice de desenvolvimento e assim por diante. É um trabalho imenso descrito em um texto técnico e acompanhado de uma enorme planilha que detalha o resultado de cada um dos cenários analisados para cada um dos países, e também para o planeta como um todo. Vale a pena entender os resultados. De início é importante lembrar que os resultados para os diferentes cenários se restringem às consequências médicas e epidemiológicas da pandemia e não consideram os custos sociais e econômicos das medidas.
Segundo os autores existem três estratégias possíveis diante do novo vírus. A primeira é ignorar sua existência, não tomando nenhuma atitude. Nesse caso o modelo simula o espalhamento do vírus pelo planeta sem nenhuma medida de contenção. Esse cenário deve ser entendido como um referencial para podermos analisar o impacto das diferentes medidas de mitigação. Para o planeta, esse cenário prevê um único e enorme pico de casos no primeiro ano, onde 7 bilhões dos 7,7 bilhões de pessoas do planeta seriam infectados, ocorreriam incríveis 40,6 milhões de mortes e o colapso total dos sistemas de saúde. O único lado positivo dessa estratégia é que depois desse número enorme de mortes toda a população estaria imune ao vírus e o problema desapareceria. Essa atitude não foi adotada por nenhum país, mas pode vir a ocorrer em alguns países incapazes de implementar uma das outras estratégias.
A segunda estratégia é a mitigação. Nesse caso as medidas têm como objetivo reduzir as interações entre pessoas em 42%. Ou seja, toda a população interage com menos da metade das pessoas que interagiria em condições normais. O objetivo é espalhar o número de casos ao longo do tempo, de modo a não sobrecarregar muito o sistema de saúde (o tal achatamento da curva). Nesse cenário o estudo analisa duas possibilidades: isolar somente os mais idosos de cada país ou isolar igualmente toda a população. Apesar da diferença de estratégia, os números projetados são semelhantes. O número de mortes no primeiro seria de 20 milhões de pessoas, metade do anterior, e os países mais pobres seriam os mais afetados. Enquanto no mundo desenvolvido teríamos oito vezes mais casos que a capacidade máxima dos hospitais, nos países pobres o número de casos seria 25 vezes maior que a capacidade dos hospitais. Além disso as medidas teriam de ser estendidas por muitos meses até que toda a população fosse infectada e se tornasse imune ao vírus. Essa foi a estratégia adotada na Inglaterra até que a primeira versão desse modelo foi publicada, quando o governo decidiu mudar para a terceira estratégia.
A terceira estratégia é a supressão do vírus. Ela pressupõe uma diminuição de 75% dos contatos interpessoais de toda a população, o suficiente para levar a propagação do vírus a zero. Foi essa a estratégia usada na China. Ela também tem duas versões, uma em que o isolamento total é feito quando ainda existem poucas mortes e outra quando o número de mortes por semana já é alto. Quanto mais cedo ela é adotada, melhor os resultados. Nesse cenário nos primeiros 250 dias da pandemia, seriam infectadas 470 milhões de pessoas e teríamos 1,9 milhão de mortes. Se adotada mais tarde, essa estratégia levaria a 2,4 bilhões de pessoas afetadas e 10,5 milhões de mortes. Observe como retardar as medidas de supressão aumenta muito o número de mortos (o erro da Itália).
Essa estratégia tem dois problemas. O primeiro é que é difícil de implementar. O único caso de sucesso foi na China, e muitos países podem tentar implementar a supressão, e, se não tiverem sucesso, acabam com medidas que na realidade são de mitigação. O segundo problema, agora enfrentado pela China, é que a supressão tem de ser mantida até que surja uma vacina ou tratamento, pois, caso as medidas sejam relaxadas antes, a pandemia volta porque uma fração minúscula da população fica imune ao vírus. É bom lembrar que esses modelos assumem que grande parte dos casos (mesmo os que não necessitam de internação) terão sido testados e estarão em isolamento, assim como seus familiares.
Bom agora vamos ver os números para o Brasil (veja a tabela acima). Os resultados assumem que a população do Brasil é de 212 milhões de pessoas e a taxa de replicação do vírus (R0) é 3,0. Outros cenários, com outros valores da taxa também estão no trabalho, mas os resultados são semelhantes. Na tabela a primeira linha descreve o que aconteceria se ignorássemos o vírus (nenhuma intervenção). Não haveria redução da distância social e seriam infectados 181 milhões dos 212 milhões de brasileiros no primeiro ano. Teríamos 1,08 milhão de mortes, 5,89 milhões de pessoas hospitalizadas – sendo que dessas 1,44 milhão de pessoas seriam de casos graves que necessitariam intubação. A segunda e terceira linha descrevem os cenários de mitigação, onde a distância social seria reduzida em 42 e 41%. Na linha três o distanciamento social seria generalizado, mas maior para os idosos (60% para o grupo de risco).
Nesses dois cenários o número de infectados cai para 114 e 112 milhões de pessoas, o número de mortes cai para algo como 500 mil pessoas, os hospitalizados para algo como 3 milhões e os casos críticos para algo como 700 mil pessoas. Como você pode ver isolar os idosos não faz muita diferença, apesar dos números serem um pouco melhores. Uma das vantagens dessa estratégia é que os casos estarão espalhados ao longo do ano, o que sobrecarregaria menos os hospitais.
Finalmente podemos tentar suprimir a pandemia. Para isso é preciso reduzir os contatos sociais de toda a população em 75% (veja linha 4 e 5 da tabela). Nesse caso, a data em que iniciamos esse processo é de suma importância. No Brasil se o processo for iniciado quando as mortes por semana forem de 3,4 mil, o número de infectados será de 50 milhões de pessoas, teremos 206 mil mortes, e 1,18 milhão de brasileiros serão hospitalizados e 272 mil serão casos graves. Agora se a supressão for iniciada quando o número de mortes for de 425 por semana (o que deve ocorrer semana que vem ou na outra), 11,45 milhões de brasileiros serão infectados, 44 mil morrerão, 250 mil serão hospitalizados e, desses, 57 mil serão casos graves.
Em todos esses cenários o número total de leitos hospitalares e o número de pessoas entubadas no pico da pandemia também foram estimados. No melhor cenário (supressão cedo) precisaríamos de 72 mil respiradores e no pior (nenhuma intervenção, 2,2 milhões de respiradores). Essas são as projeções de um dos melhores grupos de epidemiologistas do mundo, levando em consideração todas as peculiaridades do Brasil, como o fato de os idosos morarem com pessoas jovens, parte das famílias viver em favelas e outras peculiaridades do Brasil (no trabalho estão descritas todas as características do País que foram usadas no modelo). Os números são verdadeiramente assustadores, mas os dados recentes da Itália e da Espanha sugerem que esses modelos estão no caminho certo.
Hoje, no Brasil, muitos Estados estão tentando adotar a estratégia da supressão, enquanto o governo federal propõe a mitigação com isolamento dos idosos. Tentar aplicar uma dessas estratégias não é certeza de sucesso. Se a população não respeitar o isolamento, uma estratégia de supressão pode facilmente se transformar em uma mitigação e uma de mitigação pode não ter efeito. Olhe com cuidado a tabela, os prós e contras de cada estratégia, e forme uma opinião. É isso que todos os governantes que acreditam na ciência deveriam estar fazendo."
MAIS INFORMAÇÕES: THE GLOBAL IMPACT OF COVID-19 AND STRATEGIES FOR MITIGATION AND SUPPRESSION. IMPERIAL COLLEGE COVID-19 RESPONSE TEAM (26/03/2020)
Texto de Fernando Reinach (aqui) no Estadão de 29/03/20 (foto: napratica.org.br)

domingo, 29 de março de 2020

LIXA GROSSA & CIA LTDA (39)


Texto de Affonso Celso Pastore: "É muito difícil manter a frieza de raciocínio diante do último pronunciamento do presidente da República. Mas vou tentar. Há duas reações possíveis diante da propagação da covid-19: o isolamento social (“lockdown”) que a evita, salvando vidas; ou deixar que evolua para a “imunização natural”, que se dá quando o número de infectados é tão grande que o vírus não encontra mais hospedeiros, porém à custa de um número enorme de mortes. Devido ao temor das consequências econômicas, Boris Johnson e Donald Trump tentaram o caminho da imunização natural, sendo forçados a abandoná-lo. O que era inevitável na Idade Média – as mortes em dimensão catastrófica – não é aceitável quando existem meios para reduzi-las. Cabe ao governo entender que, diante de uma epidemia, o objetivo de uma sociedade civilizada é ao mesmo tempo poupar vidas e minimizar seus custos econômicos. Não será com o incitamento à burla do “lockdown” temporário adotado pelos governadores que tal objetivo será alcançado. É preciso pensar no País, e não em objetivos pessoais. É preciso explicar à população que ela não será abandonada, que haverá recursos para amparar os mais afetados pelo “lockdown” e será suportado por nós mesmos assim que a tempestade terminar. 

Cientistas estimam que para ser eficaz um “lockdown” iniciado rapidamente pode durar de 2 a 3 semanas, mas será bem mais longo se o início for tardio. O Banco Central pode usar seu arsenal; o setor privado pode ajudar com doações; mas o peso maior recai sobre o governo federal, apesar da frágil situação fiscal. Não há como evitar que o déficit público tenha aumento expressivo, o que impõe à sociedade o aumento da carga que terá de ser suportada nos próximos anos, com reformas estruturais ainda mais duras e profundas. Mas o objetivo, agora, é enfrentar a epidemia e seus impactos, garantindo que os recursos sejam bem utilizados.
Todos os setores estão sendo atingidos e, mesmo com um “lockdown” mais curto, é provável que seu afrouxamento seja gradual. A menos que algum remédio surja rapidamente, levando ao sonho de uma recuperação em V, esta será lenta. Meu temor é que cheguemos ao fim de 2020 com o PIB significativamente abaixo do de 2019 que, medido pela renda per capita, já estava 8% abaixo de quando a recessão se iniciou, no primeiro trimestre de 2014. 

Como esta é uma crise atípica que nos pega em situação fiscal frágil, alguns são levados a considerar aumento de gastos um tabu. Na minha visão não há como escapar disso. Esta não é uma crise que possa ser eliminada usando só o arsenal dos bancos centrais, como em 2008/09. É preciso salvar vidas e ajudar a recuperação dos mais atingidos. Primeiro, porque a recessão que já está em curso derrubará a receita tributária bem mais do que a queda do PIB. Segundo, porque diante da pobreza da população e da cessação de sua renda é impossível não desenvolver o que Armínio Fraga chamou de rede de solidariedade social. É muito bem-vinda a sugestão de um plano de 9 pontos enunciados por ele em coautoria com Vinicius Carrascos e José Alexandre Scheinkman.São medidas que deveriam ser encampadas pelo presidente com total apoio do Congresso, com ambos ficando plenamente conscientes de que esta conta terá de ser paga por todos nós, aumentando nos próximos anos o esforço necessário para o equilíbrio fiscal. É em um momento como este que se tem a consciência exata da falta que faz ter um estadista na Presidência da República capaz de formular um diagnóstico coerente sobre como enfrentar uma epidemia. Nosso presidente não tem o discernimento sobre a gravidade do problema e nem o entendimento de qual é sua responsabilidade perante a sociedade. As medidas até aqui anunciadas para minimizar as consequências econômicas da crise são claramente insuficientes. É preciso muito mais. Não vejo histeria na sociedade e, sim, uma imensa perplexidade diante do vácuo deixado pelo governo. Cabe ao governo assumir seu papel, explicando didaticamente a todos que agirá para suavizar os custos dessa epidemia com gastos extraordinários, que não se repetirão, e que não inibirão o ajuste estrutural que ocorrerá nos próximos anos. O erro não está em agir. O erro está em deixar o tempo passar. Já fizemos isto com o nosso programa de reformas, e não podemos repetir o erro em uma situação muito mais grave"
Economista Afonso C. Pastore - texto Estadão 29/03/20 (foto: Claudio Gatti/ istoedinheiro.com.br)


quinta-feira, 26 de março de 2020

DINHEIRO (2)

O BC disponibiliza R$ 1,2 trilhão para os bancos "terem liquidez" (aqui). Repito: R$ 1,2 trilhão. Você não concorda que com esse volume de dinheiro, numa situação de calamidade pública, e com uma gestão de crise séria, nenhum CNPJ iria à falência? Agora, se o Brasil não tem uma gestão adequada pra enfrentar a encrenca mundial, aí é outro problema.
Estadão impresso de  26/03/2020

terça-feira, 24 de março de 2020

DINHEIRO!

Olha, R$ 1,2 trilhão resolveria grande parte das preocupações sobre a crise econômica que ameaça disparar, mas... Opa! O BC vai colocar essa grana toda à disposição do sistema financeiro, conforme diz a matéria do Estadão (aqui)?  Para que serve essa grana lá?   Essa grana volta para a economia?  Essa grana vai chegar na mão dos que vão precisar?    Perguntas urgentes e fundamentais, como tudo nesse momento.
Estadão impresso de hoje, 24/03/2020

quinta-feira, 19 de março de 2020

O TEXTO MAIS LINDO


Mensagem do Caboclo Águia Branca em 16.03.2020:

“Esse momento que a humanidade está vivendo agora pode ser encarado tanto como um portal quanto como um buraco. A decisão de cair no buraco ou atravessar o portal cabe a vocês. Se ficarem  apenas lamentando o problema, consumindo as notícias 24 horas por dia, com a energia baixa, nervosos o tempo todo, com pessimismo, irão cair no buraco. Mas se aproveitarem essa oportunidade para olharem para si, repensarem a vida e a morte, cuidando de si e dos outros, aí estarão atravessando o portal. Cuidem da casa de vocês, cuidem do corpo de vocês. Se conectem ao corpo mediúnico da Casa espiritual de vocês. Se conectem à egrégora da Casa espiritual de vocês. Corpo, casa, corpo mediúnico, casa espiritual, tudo isso é sinônimo, quer dizer a mesma coisa. Quando você está cuidando de um, está cuidando de todo o resto. Não percam a dimensão espiritual dessa crise, tenham o olhar da águia, que lá de cima, vê o todo, enxerga de forma mais ampla. Existe uma demanda social nessa crise, mas existe também a demanda espiritual. As duas andam de mãos dadas. Sem a dimensão social, caímos no fanatismo. Mas sem a dimensão espiritual, caímos no pessimismo e na falta de sentido. Vocês foram preparados para atravessar essa crise. Peguem a caixa de ferramenta de vocês e usem todas as ferramentas que vocês têm ao seu dispor. Aprendam sobre resistência com os povos indígenas e africanos: nós sempre fomos e continuamos sendo exterminados. Mas nem por isso paramos de cantar, dançar, fazer fogueira e festa. Não se sintam culpados por estarem alegres durante esse período difícil. Vocês não ajudam em nada ficando tristes e sem energia. Vocês ajudam se emanarem coisas boas para o Universo agora. É através da alegria que se resiste. Além disso, quando a tempestade passar, vocês serão muito importantes na reconstrução desse novo mundo. Vocês precisam estar bem e fortes. E, para isso, não há outro jeito senão se manter uma vibração bonita, alegre e luminosa. Isso não tem nada a ver com alienação. Isso é estratégia de resistência. No xamanismo, existe um rito de passagem chamado busca da visão. Você fica alguns dias sozinhos na floresta, sem água, sem comida, sem proteção. Quando você atravessa esse portal, você adquire uma visão nova do mundo, por ter enfrentado seus medos, suas dificuldades. É o que está sendo solicitado a vocês. Que aproveitem esse tempo para realizarem os seus rituais de busca da visão. Que mundo vocês querem construir para vocês? Por ora, é o que vocês podem fazer: serenidade na tempestade. Se acalmem e rezem. Todos os dias. Estabeleçam uma rotina de encontro com o sagrado todos os dias. Emanem coisas boas, o que vocês emanam agora é o mais importante. E cantem, dancem, resistam através da arte, da alegria, da fé e do amor.”
Foto: Google/ revistagalileo.globo.com/ Nasa


terça-feira, 17 de março de 2020

SAUDADES... (35)

Hoje, há 75 anos, nascia Elis Regina.  Pensei num parágrafo do livro Elis e Eu, do filho João Marcelo Bôscoli, em que ele percebe que sua mãe era especial porque, além de cantora maravilhosa, era uma pessoa devotada às causas humanas, era dedicada a todos, em uma palavra, ela pensava nos outros de uma forma diferenciada.  Como João Marcelo afirmou e eu assino embaixo, é raríssimo os que reúnem essas duas qualidades:  ser grande na sua arte e ser grande como pessoa.  Ela era assim, por isso é amada por milhões. 
Fotos de Celia Marisa de Ávila no livro AquarELISta. (Editora Kosmos)

quarta-feira, 11 de março de 2020

LIXA GROSSA & CIA LTDA (38)

"Um homem doente". Bem diz o editorial do Estadão (aqui) sobre o ministro da Educação, que simplesmente exultou (!) com a possibilidade de Priscila Cruz, presidente da ONG Todos pela Educação, estar com vírus da doença que comove o mundo!  Mais uma notícia inacreditável, que contudo é real e está aqui. Um ministro da Educação sem dignidade humana? Como pode isso?  Que bandalheira é essa em Brasília?
Ministério da Educação, Brasilia. (foto: MEC/ divulgação, in independente.com.br)

 

sábado, 7 de março de 2020

LENDO.ORG (15)

Qualquer livro da Editora Humanitas por apenas R$ 5,00!  O que? Faz um mês ouvi que essa editora, ligada à USP, ia fechar e colocava todos os livros com grandes descontos.  Aí comprei os títulos abaixo.  Por que a editora, de teses e Ciências Sociais está fechando, não sei.  Mas descobri agora que todos os livros estão por apenas R$ 5,00!  Foi o que vi no site da editora, aqui.  É correr antes que acabem!  Ótimo chance de presentear livros!
Já estavam baratos!  Agora apenas R$ 5,00 qualquer livro da Humanitas.

quinta-feira, 5 de março de 2020

LIXA GROSSA & CIA LTDA (37)

Assista o vídeo na matéria da Folha (aqui).  É inacreditável!  Ou estamos tão anestesiados que nem achamos isso inacreditável?
Só vendo pra acreditar.  (foto: jornaldebrasilia.com.br/ Twitter)


domingo, 1 de março de 2020

NÃO É POR AÍ... (91)

Retiro da estante e estou doando meus livros do Mario Vargas Llosa.  Com convicção.  Pois soltei um palavrão ao acabar de ler o seu artigo Os touros e o Peru (aqui).  Um palavrão de raiva!  Como é que esse erudito, esse Nobel de Literatura, vem rebaixar à condição de "fanáticos" os que lutam contra as rinhas de galo e às touradas no Peru?   Pelo que ele escreveu, essas duas modalidade de luta, que invariavelmente levam os seus participantes à morte, são marcas da cultura peruana.  OK, vamos discutir isso, afinal já fomos bárbaros, e certa barbárie faz parte de nossa história.  Agora, em pleno século 21, em que anseamos por um mundo menos violento e menos beligerante, dizer que proibir essas lutas entre animais é cercear a liberdade de organizar esses espetáculos sangrentos, é realmente impressionante. Vá ser liberal assim lá na PQP!  Ah, ele diz que em Portugal "optou-se por uma festa coxa e manca, pois é proibido matar os touros". Tenha dó!  Há tempos eu implicava com algumas posições do escritor peruano, mas vá lá, o cara é um Nobel né?...  Bem, eu precisava liberar espaço na biblioteca super-lotada.  Acabo de liberar quatro vagas.  Não é por aí... Sem piedade: os Vargas Llosa sambaram!
Sem pena de mandar embora um romance maiúsculo como A Guerra do Fim do Mundo.