quinta-feira, 15 de março de 2018

ACELERA SÃO PAULO! (PARA ONDE?) 38

Cinco impressões sobre a audiência pública de concessão dos parques, entre eles o Ibirapuera, acontecida ontem:

1 - A audiência foi conduzida por Wilson Poit, secretário de Desestatização e Parceria.  Ao seu lado, tímido e taciturno, Eduardo de Castro, secretário do Verde e Meio Ambiente.  Pois a audiência não deveria ter sido conduzida com vigor por este, anfitrião e responsável pelo espaço público?  Sua postura calada, submissa, mostrou que o encontro foi montado com a ótica do negócio administrativo, e não dos interesses diretos do parque e de seus usuários. 

2 - Cerca de 200 pessoas compareceram, a grande maioria contrária à concessão.  Em vários momentos foi pedido com intensidade a realização de um referendo, para a população votar na aprovação ou não da concessão. O argumento da mesa foi claro:  na Câmara Municipal os vereadores já votaram a favor da lei da concessão. 

3 - O contrato terá a duração de...  35 anos!  Um contrato de 35 anos?  O que pensar a respeito?

4 - Foram apresentados os cinco parques municipais menores, que pegarão carona na concessão do carro-chefe Ibirapuera.  O Planetário faz parte da concessão, e um técnico do equipamento pediu que o contrato especifique melhor as métricas de avaliação das melhorias a serem buscadas no Planetário.  O projeto prevê a construção de um restaurante, ou uma "casa de chá" na área do Viveiro Manequinho Lopes, que continuará a criar mudas. O espaço da UMAPAZ, onde aconteceu a audiência, está fora da concessão, ou seja, segue seus trabalhos normalmente. 

5 - No microfone, expressei minha opinião:  já que o mentor, o idealizador, o proponente dos projetos de concessão e privatização requintados, exóticos, complexos, está abandonando o barco, deixando a prefeitura para tentar outros cargos, todos esses projetos devem ser paralisados e engavetados, por falta de condutor, de líder pra tocá-los.  Que o poder público volte a fazer o feijão-com-arroz bem feito, bem temperado, como tudo mundo gosta e espera. Alegar que não tem dinheiro para cuidar dos parques é fácil, para não dizer covarde com o bem-estar da população...


Momento da audiência pública de concessão de parques, entre eles o Ibirapuera

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